Numa visão Espírita

Textos baseados no Estudo do livro Gênesis de Moisés transmitido no portal SER com Haroldo Dutra Dias. Com a utilização dos resumos postados no Grupo de Estudos de Gênesis no Facebook. Qualquer erro gramatical, textual, morfossintático, ortográfico, etc é de responsabilidade exclusiva da administração do Blog.




quarta-feira, 13 de maio de 2015

O lugar de Deus no Universo e o Fluido Cósmico

Como vimos no estudo com Haroldo, o livro de Gênesis começa com a criação do mundo, referindo-se ao planeta Terra, e que podemos estender esta concepção para a criação do Universo. Só que o livro de Gênesis refere-se a criação de: dia/noite, sol/lua, plantas, animais e homem. Quanto  a água, porém,  nos dá a impressão que ela  já existia, pois não há descrição da criação da água no livro. Todos os outros elementos têm uma descrição detalhada de sua criação, mas quanto a água não. Como vimos na aula passada o livro Boa Nova nos diz que "a água é o símbolo perfeito de Deus", e que ela está em cima e em baixo, este fato expressa a presença de Deus em toda parte e simboliza também o amor, além disso é fluídica, maleável, leve.
[ Se você leu a reportagem que coloquei do texto científico  da revista Scientific American Brasil, que tem como tema de capa "Sopa de Quarks", viram que os cientistas tentando criar em laboratório um  ambiente parecido com o do universo primordial, se depararam com um líquido perfeito, o mais perfeito que eles já viram, diz a reportagem. Você pode ler alguns trechos deste reportagem no texto que escrevi, clicando aqui].
Kardec nos fala da evolução do pensamento religioso, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, nos esclarecendo que a evolução não acontece somente com os Espíritos, mas, com o planeta como um todo.
Esta visão nos oferece uma nova percepção de Deus, da vida, e de nós mesmos. E isso, também, amplia o nosso campo de ação.
Hoje, quase todos os países e coletividades estão ouvindo sobre a vida após morte, sobre reencarnação, sobre a comunicabilidade de espíritos...
Estamos fazendo um regresso aos antigos livros, que citavam mitos da criação, só que aqui neste estudo fazemos isto, com o auxílio da Doutrina Espírita, e por isso, alcançamos significados mais amplos.
 [Alguns cientistas   trazem os mitos da criação nos capítulos iniciais de seus livros para explicar a física moderna, especificamente a física quântica. Como exemplo, podemos citar; "A Dança do Universo" de Marcelo Gleiser e o "Tao da Física" de Fritjof Capra]
Para estudarmos o processo da criação precisamos entender e estudar o fluido cósmico. Isto por que, quando Kardec abordava as concepções de Deus, da lei divina, da justiça divina, ele sempre fazia referência ao fluido cósmico ou então trabalhava algum aspecto deste. Por isso, o estudo do fluido cósmico se torna essencial para nós. O fluido cósmico dará o tom do nosso estudo.  O fluido cósmico é como uma raiz de onde saem vários galhos, ramos, e existem vários  princípios, sendo que,  um deles é a concepção diferenciada do Universo.
Devemos nos lembrar que os hebreus que escreveram o livro Gênesis, acreditavam que a Terra era rígida, e o céu era visto como se fosse um metal e as estrelas estavam pregadas. Esta concepção  predominou até Galileu, e ainda hoje está presente na vida de muitas pessoas, pois muitos ainda concebem Deus  dentro deste universo limitado. 
O Livro dos Espíritos na questão 37, nos dá uma definição de Universo. Nos diz que o Universo abrange uma infinidade de mundos, dos mundos que vemos e dos que não vemos. Todos os seres animados e inanimados, todos os astros que se movem no espaço, assim como os fluidos que o enchem o espaço infinito, tudo, tudo mesmo é o Universo, e foi criado por Deus.
"37. O Universo foi criado, ou existe de toda a eternidade, como Deus?
"E fora de dúvida que ele não pode ter-se feito a si mesmo. Se existisse, como Deus, de toda a eternidade, não seria obra de Deus."
Diz-nos a razão não ser possível que o Universo se tenha feito a si mesmo e que, não podendo também ser obra do acaso, há de ser obra de Deus."
O Livro dos Espíritos
Formação dos Mundos, questão 37
O fluido é algo que tem o comportamento do estado líquido da matéria, simbolicamente podemos entender fluido como água. Quando Kardec escreveu a codificação não havia conceito de "energia" que temos hoje, fluido é energia e tem o comportamento similar a água.
Paulo nos diz: "em Deus nos movemos e existimos como peixes no oceano." e também, nos diz:
"pois nele vivemos, nos movemos e existimos, como alguns dos vossos, aliás, já disseram: 'porque somos também de sua raça'."
Atos dos apóstolos 17:28
A separação das águas no texto de Gênesis, "as águas de cima das águas de baixo" trata-se da separação dos fluidos. O capítulo 1 de Gênesis descreve a criação da Terra e indiretamente a criação do Universo, para compreender o texto, devemos ter uma concepção espírita de Universo.
Dentro deste Universo, precisamos pensar onde está Deus? Que Deus é esse?
Muitos ainda tem uma concepção de Deus, como "um senhor de barba branca sentado num trono", e uma concepção de céu e inferno como lugares físicos para onde iremos após a morte e que viveremos lá eternamente.
Os cientistas refutam esta concepção de Deus, é preciso reformular esta concepção de Deus. E, o problema é que dentro da doutrina, também, temos muitos pensando em Deus e em céu e inferno desta forma limitada.
No livro O céu e o Inferno, Kardec nos apresenta uma nova concepção de Deus e denuncia a falha da concepção tradicional.
"2. As diferentes doutrinas relativamente ao paraíso repousam todas no duplo erro de considerar a Terra centro do Universo, e limita a região dos astros.
É além desse limite imaginário que todas têm colocado a residência afortunada e a morada do Todo-Poderoso.
Singular anomalia que coloca o Autor de todas as coisas, Aquele que as governa a todas, nos confins da criação, em vez de no centro, donde o seu pensamento poderia, irradiante, abranger tudo!"
O Céu e o Inferno
Capítulo III, item 2.
O Frei Beto numa entrevista, sobre o contato com extraterrestes, diz que "o mistério da encarnação do Cristo tem validade em outros planos", percebe-se uma ampliação no conceito de que apenas a Terra é importante ou é o centro do Universo. É um erro acreditar que a Terra é o centro do Universo. Outro erro é achar que a Terra (ou Universo?) limita-se a região dos astros.
E, onde fica Deus? Onde está o paraíso? Como conceber, ainda, esta concepção, com toda a evolução e todo o conhecimento que temos hoje sobre o Universo? E, muitos  colocam Deus nos confins da criação e não no centro.
Deus está no centro do Universo e não na borda. O  pensamento de Deus irradia, abrange tudo, a velocidade é instantânea. Não há o fator tempo. O contato com o pensamento de Deus é imediato.
A questão 92 de O Livro dos Espíritos, nos diz:

"92. Têm os Espíritos o dom da ubiquidade? Por outras palavras: um Espírito pode dividir-se, ou existir em muitos pontos ao mesmo tempo?

“Não pode haver divisão de um mesmo Espirito, mas cada um e um centro que irradia para diversos lados. Isso e que faz parecer estar um Espírito em muitos lugares ao mesmo tempo. Vês o Sol? É um somente. No entanto, irradia em todos os sentidos e leva muito longe os seus raios. Contudo, não se divide.”

a) Todos os Espíritos irradiam com igual força?

“Longe disso. Essa força depende do grau de pureza de cada um.”

No  comentário desta questão, Kardec diz: 
Cada "Espírito e uma unidade indivisível, mas cada um pode lançar seus pensamentos para diversos lados, sem que se fracione para tal efeito. Nesse sentido unicamente e que se deve entender o dom da ubiquidade atribuído aos Espíritos. Dá-se com eles o que se dá com uma centelha, que projeta longe a sua claridade e pode ser percebida de todos os pontos do horizonte; ou, ainda, o que se dá com um homem que, sem mudar de lugar e sem se fracionar, transmite ordens, sinais e movimento a diferentes pontos.

Em grau reduzido, todos nós temos os atributos de Deus. Desse modo, também nosso espírito irradia para diversos lados. Olhemos uma vela num quarto escuro, sua luz se irradia por todo o quarto, podemos ampliar se trocarmos a vela por um holofote. O Sol irradia, assim, também, os Espíritos irradiam, com maior ou menor força, dependendo do seu grau de adiantamento.
Esta é a razão de um Espírito como Bezerra de Menezes comunicar-se em tantos lugares, seu espírito irradia, transmite mensagens a diversos médiuns ao mesmo tempo.
O centro depende do ponto de referência, o Sol pode ser o centro, a Terra pode ser o centro, nós podemos ser o centro, pois o centro depende do referencial. Estamos  viajando no Universo, e Deus está em tudo inclusive em nós.
A questão 88 de O Livro dos Espíritos nos diz:

88. Os Espíritos têm forma determinada, limitada e constante?

“Para vos, não; para nós, sim. O Espírito é, se quiserdes, uma chama, um clarão, ou uma centelha etérea.”

a) Essa chama ou centelha tem cor?

“Tem uma cor que, para vós, vai do escuro ao brilho do rubi, conforme o Espírito e mais ou menos puro.”

Kardec, comenta a questão dizendo:
Representam-se de ordinário os gênios com uma chama ou estrela na fronte. E uma alegoria, que lembra a natureza essencial dos Espíritos. Colocam-na no alto da cabeça, porque ai esta a sede da inteligência.
O espírito é uma chama, um clarão,  e que irradia. 
188. Os Espíritos puros habitam mundos especiais, ou se acham no espaço universal, sem estarem mais ligados a um mundo do que a outros?
“Habitam certos mundos, mas não lhes ficam presos, como os homens a Terra; podem, melhor do que os outros, estar em toda parte." 10
Na questão 188 Kardec nos diz no rodapé:
"10 Nota de Allan Kardec: Segundo os Espíritos, de todos os mundos que compõem o nosso sistema planetário, a Terra é dos que têm habitantes menos adiantados, física e moralmente. Marte lhe estaria ainda abaixo, sendo-lhe Júpiter superior de muito, a todos os respeitos. O Sol não seria mundo habitado
por seres corpóreos, mas simplesmente um lugar de reunião dos Espíritos superiores, os quais de lá irradiam seus pensamentos para os outros mundos, que eles dirigem por intermédio de Espíritos menos elevados, transmitindo-os a estes por meio do fluido universal. Considerado do ponto de vista da sua constituição física, o Sol seria um foco de eletricidade. Todos os sóis como que estariam em situação análoga. O volume de cada um e a distância a que esteja do Sol nenhuma relação necessária guardam com o grau do seu adiantamento, pois que, do contrário, Vênus deveria ser tida por mais adiantada do que a Terra e Saturno menos do que Júpiter. Muitos Espíritos, que na Terra animaram personalidades conhecidas, disseram estar reencarnados em Júpiter, um dos mundos mais próximos da perfeição, e há causado espanto que, nesse globo tão adiantado, estivessem homens a quem a opinião geral aqui não atribuía tanta elevação. Nisso nada há de surpreendente, desde que se atenda a que, possivelmente, certos Espíritos, habitantes daquele planeta, foram mandados à Terra para desempenharem aí certa missão que, aos nossos olhos, os não colocava na primeira plana. Em segundo lugar, deve-se atender a que, entre a existência que tiveram na Terra e a que passaram a ter em Júpiter, podem eles ter tido outras intermédias, em que se melhoraram. Finalmente, cumpre se considere que, naquele mundo, como no nosso, múltiplos são os graus de desenvolvimento e que, entre esses graus, pode mediar lá a distância que vai, entre nós, do selvagem ao homem civilizado. Assim, do fato de um Espírito habitar Júpiter não se segue que esteja no nível dos seres mais adiantados, do mesmo modo que ninguém pode considerar-se na categoria de um sábio do Instituto, só porque resida em Paris. As condições de longevidade não são, tampouco, em qualquer parte, as mesmas que na Terra e as idades não se podem comparar. Evocado, um Espírito que desencarnara havia alguns anos, disse que, desde seis meses antes, estava encarnado em mundo cujo nome nos é desconhecido. Interrogado sobre a idade que tinha nesse mundo, disse: “Não posso avaliá-lo, porque não contamos o tempo como contais. Depois, os modos de existência não são idênticos. Nós, lá, nos desenvolvemos muito mais rapidamente. Entretanto, se bem não haja mais de seis dos vossos meses que lá estou, posso dizer que, quanto à inteligência, tenho trinta anos da idade que tive na Terra”. Muitas respostas análogas foram dadas por outros Espíritos e o fato nada apresenta de inverossímil. Não vemos que, na Terra, uma imensidade de animais em poucos meses adquire o desenvolvimento normal? Por que não se poderia dar o mesmo com o homem noutras esferas? Notemos, além disso, que o desenvolvimento que o homem alcança na Terra aos trinta anos talvez não passe de uma espécie de infância, comparado com o que lhe cumpre atingir. Bem curto de vista se revela quem nos toma em tudo por protótipos da Criação, assim como é rebaixar a Divindade o imaginar-se que, fora o homem, nada mais seja possível a Deus."
 Os Espíritos que dirigem os mundos são os Cristos.
 (Se quiser ler comentário da aula anterior que fala dos Cristos, clique aqui.)
O livro Gênesis dá uma atenção especial a criação do Sol, da Lua e podemos ver, que com o auxílio da codificação espírita, poderemos aprofundar  a importância destes astros, bem como do fluido cósmico.
O fluido cósmico é um grande mar, ele  abrange toda a criação. E, é o veículo de transmissão do pensamento de Deus, sendo desse modo, o grande condutor do Universo.
Se toda a criação está mergulhada no fluido cósmico, estamos todos nós também mergulhados, e o pensamento de Deus está sendo transmitido através desse fluido. Deus  está em todos os lugares. Não há nenhum lugar que não seja alcançado pelo pensamento de Deus, ou em que o pensamento de Deus não esteja.


 

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