Numa visão Espírita

Textos baseados no Estudo do livro Gênesis de Moisés transmitido no portal SER com Haroldo Dutra Dias. Com a utilização dos resumos postados no Grupo de Estudos de Gênesis no Facebook. Qualquer erro gramatical, textual, morfossintático, ortográfico, etc é de responsabilidade exclusiva da administração do Blog.




sábado, 26 de dezembro de 2015

Deus e Sua visão

O outro texto, que também foi lido por Haroldo na aula 15, intitulado "A Visão de Deus", e este:

A visão de Deus 

Se Deus está em toda parte, por que não o vemos? Vê-lo-emos quando deixarmos a Terra? Também são perguntas que se formulam todos os dias. 

A primeira é fácil responder. Por serem limitadas as percepções dos nossos órgãos visuais, elas os tornam inaptos à visão e aos instrumentos de análise. Vemos os efeitos da peste, mas não vemos o fluido que a transporta; vemos os corpos em movimento sob a influência da força de gravitação, mas não vemos essa força.

Os nossos órgãos materiais não podem perceber as coisas de essência espiritual. Unicamente com a visão espiritual é que podemos ver os Espíritos e as coisas do mundo imaterial. Somente a nossa alma, portanto, pode ter a percepção de Deus.
Dar-se-á que ela o veja logo após a morte? A esse respeito, só as comunicações de além-túmulo nos podem instruir. Por elas sabemos que a visão de Deus constitui privilégio das mais depuradas almas e que bem poucas, ao deixarem o envoltório terrestre, se encontram no grau de desmaterialização necessária a tal efeito. Algumas comparações vulgares o tornarão facilmente compreensível.

Uma pessoa que se ache no fundo de um vale envolvido por densa bruma, não vê o Sol. entretanto, pela luz difusa, percebe que está fazendo sol. Se  se dispõe a subir a montanha, à medida que for ascendendo, o nevoeiro se irá tornando mais claro, a luz cada vez mais viva. Contudo, ainda não verá o Sol. Quando começa a percebê-lo ainda está velado, pois basta o mais leve vapor para enfraquecer o seu brilho. Só depois  que se haja elevado acima da camada brumosa e chegado a um ponto  onde o ar esteja perfeitamente límpido, ela o contemplará em todo os seu esplendor.

Dá-se outro tanto com aquele que tivesse a cabeça envolta por vários véus. A princípio não vê absolutamente nada; a cada véu que se retira, distingue um clarão cada vez mais nítido; apenas quando desaparece o último véu é que percebe as coisas claramente.

Também se dá o mesmo  com um licor carregado  de matérias estranhas; de começo fica turvo; a cada destilação sua transparência aumenta até que, estando completamente depurado, adquire perfeita limpidez e não apresenta nenhum obstáculo à visão. 

Assim é com a alma. O envoltório perispirítico, conquanto nos seja invisível e impalpável, é, com relação a ela, verdadeira matéria, ainda grosseira demais para certas percepções. Ele, porém, se espiritualiza, à medida que a alma se eleva em moralidade. As imperfeições de que ela se desfaz é um véu  a menos; todavia, só depois de se haver depurado completamente é que goza da plenitude das suas faculdades.

Sendo Deus a essência divina por excelência, unicamente os Espíritos que atingiram o mais alto grau de desmaterialização o podem perceber em todo o seu esplendor. Pelo fato de não o verem, não se segue que os Espíritos imperfeitos estejam mais distantes deles  do que os outros; esses Espíritos imperfeitos estejam mais distantes dele do que os outros; esses Espíritos, como os demais, como todos os seres da Natureza, se encontram mergulhados no fluido divino, do mesmo modo que nós estamos na luz; os cegos também estão mergulhados  na luz e, contudo, não a veem. As imperfeiçoes são véus que ocultam Deus à visão dos Espíritos inferiores. Quando o nevoeiro se dissipar, vê-lo-ão resplandecer. Para isso, não lhe é preciso subir, nem procurá-lo nas profundezas do infinito. Desimpedida a visão espiritual das bebidas morais que a obscureciam, eles o verão de todo lugar onde se achem, mesmo da Terra, porquanto Deus está em toda parte. 

O Espírito só se depura com o tempo, sendo as diversas encarnações o alambique em cujo fundo deixa de cada vez alguma impureza. Com o abandonar o seu invólucro corpóreo, os espíritos não se despojam instantaneamente de suas imperfeições, razão por que, depois da  morte, não vêem a Deus mais do que o viam quando vivos; mas, à medida que se depuram, tem dele uma intuição mais clara. Não o vêem, mas compreendem-no melhor; a luz é menos difusa. Quando, pois, alguns Espíritos dizem que Deus lhes proíbe respondam  a uma dada pergunta não é que Deus lhes apareça, ou dirija a palavra, para lhes ordenar ou proibir isto ou aquilo, não; eles, porém, recebem os eflúvios do seu  pensamento, como nos sucede com relação aos Espíritos que nos envolvem em seus fluidos, embora não os vejamos. 

Nenhum homem, conseguintemente, pode ver  a Deus com os olhos da carne. Se essa graça fosse concedida a alguns, só o seria no estado de êxtase, quando a alma se acha tão desprendida dos laços da matéria que torna possível o fato durante a encarnação. Tal privilégio, aliás, exclusivamente pertenceria a almas de eleição, encarnadas em missão, que não em  expiação. Mas, como os Espíritos da mais elevada categoria refulgem de ofuscante brilho, pode dar-se que Espíritos menos elevados, encarnados ou desencarnados, maravilhados com o esplendor  de que aqueles se mostram cercados, suponham  estar vendo o próprio Deus. É como quem vê um ministro e o toma pelo seu soberano. 

Sob que aparência se apresenta Deus aos que se tornam dignos de vê-lo? Será sob uma forma qualquer? Sob uma figura humana, ou como um foco de resplendente luz? A linguagem humana é impotente para dizê-lo, porque não existe para nós nenhum ponto de comparação capaz de nos facultar uma ideia de tal coisa. Somos quais cegos de nascença a quem procurassem inutilmente fazer compreendessem o brilho do Sol. A nossa linguagem é limitada pelas nossas necessidades e pelo círculo das nossas ideias; a dos selvagens não poderia descrever as maravilhas da civilização; a dos povos mais civilizados é  extremamente pobre para descrever os esplendores dos céus, a nossa inteligência muito restrita para os compreender e a nossa vista, por muito fraca, ficaria deslumbrada."
Texto presente na página 183, livro em PDF, 
clique no link acima para ter acesso,

sábado, 12 de dezembro de 2015

Deus está em tudo e ... em TODOS

Estudando o primeiro capítulo de Gênesis de Moisés, vemos que o estudo nos leva a pensarmos na água criada no primeiro dia, como o fluido cósmico estudado por Kardec,  e que o texto atribui Deus como o Criador de tudo o que existe (céu, terra, plantas, animais, homem, astros) e que também está presente em tudo. 
Com esse pensamento, mais uma vez o estudo   nos leva a ler e a refletir um texto de Allan Kardec publicado na Revista Espírita do mês de maio de 1866, que tem como título "Deus está em toda parte". Neste texto Kardec utiliza uma linguagem acessível ao nosso tempo. Na época em que o livro Gênesis de Moisés foi escrito a linguagem era outra, e é por isso que nos parece difícil hoje a compreensão de algumas passagem da Bíblia - principalmente do Velho Testamento - mas, a época  em que esse texto foi escrito as pessoas o entendiam, pois estava (está) escrito com a  linguagem utilizada habitualmente pelos hebreus naquele tempo. 
Os dois textos - tanto o de Moisés quanto o de Kardec - dizem que "tudo foi criado por Deus", e sendo assim, podemos concluir que  "Ele pode recriar, renovar, refazer tudo" quando quiser e se assim quiser. Ambos os textos dizem, também, que "não existe nada que não tenha sido criado por Deus", que "Ele é onipotente e que nada lhe é impossível".
A mensagem central do livro Gênesis é nos dizer que não há nada que não seja criado por Deus, não existe nada fora de Deus. Ele pode tudo e está em tudo. Kardec também, no texto citado, diz a mesma coisa, porém com uma linguagem mais atual, sensível ao nosso tempo e a nossa cultura.
Começando o texto, Kardec nos coloca diante de um grande questionamento:

"Como é que Deus, tão grande, tão poderoso, tão superior a tudo, pode imiscuir-se em detalhes ínfimos, preocupar-se com os menores atos e os menores pensamentos de cada indivíduo? Tal é a pergunta que muitas vezes se faz." 

[Esse questionamento é motivo de angústia para muitas pessoas em todas as religiões. Como Deus pode saber tudo?] Saber de mim?
Prossegue Kardec:


"Em seu estado atual de inferioridade, só dificilmente os homens podem compreender Deus infinito, porque eles próprios são finitos, limitados, razão por que o imaginam finito e limitado como eles mesmos; representando-o como um ser circunscrito, dele fazem uma imagem à sua semelhança. Pintando-o com traços humanos, nossos quadros não contribuem pouco* para alimentar este erro no espírito das massas, que nele mais adoram a forma que o pensamento. É para o maior número um soberano poderoso, sobre um trono inacessível, perdido na imensidade dos céus, e porque suas faculdades e percepções são restritas não compreendem que Deus possa ou haja por bem intervir diretamente nas menores coisas."
* (não contribuem pouco* = contribuem muito)



[Nós vivemos em corpos limitados, somos seres circunscritos. O nosso alcance, como seres finitos é limitado, é pequeno,  estamos presos a uma forma - mãos, pés, cabeça, olhos, ouvidos..., só enxergamos a uma faixa de frequênia e a uma certa distância; só ouvimos a uma certa faixa de frequência e a uma certa distância - somos seres finitos, nenhuma criatura é infinita, até mesmo os Cristos, são seres finitos, pode ser uma criatura poderosíssima, mas são seres  finitos, foram criados por Deus. 
E como, imaginamos Deus? Deus sempre foi imaginado como um homem, velho com grandes barbas. Será que ainda O vemos como um homem barbudo e velho, numa esfera muito superior?
Na questão 13 de "O Livro dos Espíritos", (pág. 58) nos diz que um dos atributos de Deus é ser infinito, e que Ele não pode ser representado em uma forma, não pode ser circunscrito. Não há limite a percepção de Deus. Deus não faz esforço nenhum para perceber tudo. Muitos cientistas, homens ilustres, inteligentes e sábios, não acreditam em Deus; mas eles não acreditam neste Deus criado pelas percepções humanas, neste Deus velho e barbudo, que de longe, comanda os mundos, as vidas e as pessoas. Nesse deus, nós espíritas também não acreditamos. 
De que formas devemos pensar Deus utilizando o que a doutrina espírita nos trouxe?]
Kardec continua:


"Na incapacidade em que se acha o homem de compreender a essência mesma da Divindade, desta não pode fazer senão uma ideia aproximada, auxiliado por comparações necessariamente muito imperfeitas, mas que podem, ao menos, mostrar-lhe a possibilidade do que, à primeira vista, lhe parece impossível."


[Nós não temos atributos para imaginarmos Deus, só podemos supor. Criar meios que nos possibilite imaginarmos diferente do homem velho e barbudo, conhecido durante a Idade Média. Só podemos fazer uma comparação bem distante do que Ele é realmente.
Kardec nos propõe criarmos uma metáfora, uma suposição.]

"Suponhamos um fluido bastante sutil para penetrar todos os corpos. É evidente que cada molécula desse fluido produzirá sobre cada molécula da matéria com a qual está em contato uma ação idêntica à que produziria a totalidade do fluido. É o que a Química nos mostra a cada passo."

[Kardec propõe pensarmos no fluido cósmico com toda a Criação mergulhada nele, e Deus no fluido cósmico. 
Uma ação qualquer que ocorra nesse fluido repercutirá nele todo.
Esse é um princípio da Química. ]

"Sendo ininteligente, esse fluido age mecanicamente apenas pelas forças materiais. Mas se supusermos esse fluido dotado de inteligência, de faculdades perceptivas e sensitivas, ele agirá, não mais cegamente, mas com discernimento, com vontade e liberdade; verá, ouvirá e sentirá."


[Kardec explica que está utilizando uma metáfora, é só uma comparação... Esse fluido pode agir mecanicamente ou ser um fluido inteligente. Se imaginarmos inteligente, esse  fluido cósmico  discerne, ver, ouve, sente... então, cada partícula subatômica do nosso corpo físico e do corpo espiritual não escapa a Vontade, Percepção e Ação de Deus.]


"As propriedades do fluido perispiritual dele podem dar-nos uma ideia. Ele não é inteligente por si mesmo, desde que é matéria, mas é o veículo do pensamento, das sensações e das percepções do Espírito. É em conseqüência da sutileza desse fluido que os Espíritos penetram em toda parte, perscrutam os nossos pensamentos, vêem e agem a distância; é a esse fluido, chegado a um certo grau de depuração, que os Espíritos superiores devem o dom da ubiquidade; basta um raio de seu pensamento dirigido para diversos pontos para que eles possam aí manifestar sua presença simultaneamente. A extensão dessa faculdade está subordinada ao grau de elevação e de depuração do Espírito."

Os estudos sobre o perispírito podem nos ajudar a compreender o pensamento de Kardec. Se quiser ler outras explicações de Kardec relativa ao perispírito, clique aqui. 
Quanto mais elevado e depurado o espírito maior o seu grau de percepção, e mais desenvolvida ubiquidade, para mais detalhes leia  a questão 92 de 'O Livro dos Espíritos'.

"Mas sendo os Espíritos, por mais elevados que sejam, criaturas limitadas em suas faculdades, seu poder e a extensão de suas percepções não poderiam, sob esse aspecto, aproximar-se de Deus. Contudo, eles nos podem servir de ponto de comparação. O que o Espírito não pode realizar senão num limite restrito, Deus, que é infinito, o realiza em proporções infinitas. Há, ainda, esta diferença: a ação do Espírito é momentânea e subordinada às circunstâncias, enquanto a de Deus é permanente; o pensamento do Espírito só abarca um tempo e um espaço circunscritos, ao passo que o de Deus abarca o Universo e a eternidade. Numa palavra, entre os Espíritos e Deus há a distância do finito ao infinito."


[Não importa o grau evolutivo do Espírito, ainda que seja um Cristo de Galáxias, ele é finito, limitado, se comparado a Deus. Para nós os Cristos são seres muito, mas muito mesmo superiores, mas em relação a Deus eles são muito, muito inferiores, são criaturas, finitas, circunscritas, enquanto que Deus é o Criador, o ilimitado, o infinito, a inteligência suprema, causa primária de tudo o que existe. Ver 'O Livro dos Espíritos' questão 1. ]



"O fluido perispiritual não é o pensamento do Espírito, mas o agente e o intermediário desse pensamento. Como é o fluido que o transmite, dele está, de certo modo, impregnado; e na impossibilidade em que nos achamos de isolar o pensamento, ele não parece fazer senão um com o fluido, assim como o som parece ser um com o ar, de sorte que podemos, a bem dizer, materializá-lo. Do mesmo modo que dizemos que o ar se torna sonoro, poderíamos, tomando o efeito pela causa, dizer que o fluido torna-se inteligente. "

[Kardec não diz que esse fluido é inteligente, ele o coloca como um veículo. Pensando desse modo, o fluido cósmico por estar empregando do Pensamento de Deus, eles (o fluido e o pensamento de Deus) se confundem, nós não podemos separá-los. Então, esse fluido discerne, tem vontade, vê, sente, ouve, ... 
Kardec não diz que o fluido é inteligente, diz que podemos imaginá-lo um veículo da Inteligência de Deus. Sendo assim, cada partícula subatômica do nosso corpo não escapa à Vontade, a Percepção e a Ação de Deus. Desse modo, cada átomo do fluido cósmico exerce uma influência sobre cada átomo do nosso corpo, e essa mesma influência existe em todo Universo, em todos os mundos, em todas as galáxias.]


"Seja ou não seja assim o pensamento de Deus, isto é, quer ele aja diretamente ou por intermédio de um fluido, para facilitar a nossa compreensão vamos representar este pensamento sob a forma concreta de um fluido inteligente, enchendo o Universo infinito, penetrando todas as partes da Criação: a Natureza inteira está mergulhada no fluido divino; tudo está submetido à sua ação inteligente, à sua previdência, à sua solicitude; nenhum ser, por mais ínfimo que seja, que dele não esteja, de certo modo, saturado."



[Com esse pensamento, precisamos refletir que Deus deixa de ser o homem velho e barbudo para ser um Pensamento e um Amor que circula em tudo e em todos em forma de fluido (energia). Este fluido, transmiti o Amor e a Sabedoria de Deus, ele fica impregnado deste Pensamento. Todos nós e tudo o que existe está mergulhado no fluido Divino. Nenhum ser está fora, ninguém nem nada está esquecido. Todo Amor, Previdência, Solicitude, Visão, Providência, está acompanhando cada ínfimo movimento de nosso organismo e de todo o Universo. 
Deus com a doutrina espírita deixa de ser o homem velho e barbudo por ser uma energia, um amor que circula num fluido. Ele não têm forma, não tem limite, e toda a Natureza está mergulhada  nesse Amor, e como fluido transmite o pensamento e o Amor de Deus, esse fluido é inteligente e amoroso, pois fica impregnado da Inteligência e do Amor de Deus.Estamos mergulhados neste fluido, não há nada fora, a Criação está dentro.Todo o Amor de Deus, toda a Sabedoria de Deus,... está presente, também em cada átomo do nosso corpo, em cada ínfimo recanto do Universo ou dos Multiversos infinitos, Deus está presente.]
Kardec continua no texto:

 "Assim, estamos constantemente em presença da Divindade. Não há uma só de nossas ações que possamos subtrair ao seu olhar; nosso pensamento está em contato com o seu pensamento e é com razão que se diz que Deus lê nos mais profundos recônditos do nosso coração; estamos nele como ele está em nós, segundo a palavra do Cristo. Para entender sua solicitude sobre as menores criaturas, ele não tem necessidade de mergulhar seu olhar do alto da imensidade, nem deixar sua morada de glória, pois essa morada está em toda parte. Para serem ouvidas por ele, nossas preces não precisam transpor o espaço, nem serem ditas com voz retumbante, porque, incessantemente penetrados por ele, nossos pensamentos nele repercutem."

"A imagem de um fluido inteligente universal evidentemente não passa de uma comparação, mais própria a dar uma ideia mais justa de Deus que os quadros que o representam sob a figura de um velho de longas barbas, envolto num manto. Não podemos tomar nossos pontos de comparação senão nas coisas que conhecemos; é por isto que dizemos diariamente: o olho de Deus, a mão de Deus, a voz de Deus, o sopro de Deus, a face de Deus. Na infância da Humanidade o homem toma estas comparações ao pé da letra; mais tarde seu espírito, mais apto a apreender as abstrações, espiritualiza as idéias materiais. A de um fluido universal inteligente, penetrando tudo, como seria o fluido luminoso, o fluido calórico, o fluido elétrico ou quaisquer outros, se fossem inteligentes, tem o objetivo de fazer compreender a possibilidade, para Deus, de estar em toda parte, de ocupar-se de tudo, de velar pelo pé de erva como pelos mundos. Entre ele e nós a distância foi suprimida; compreendemos sua presença, e este pensamento, quando a ele nos dirigimos, aumenta a nossa confiança, porque não podemos dizer mais que Deus esteja muito longe e seja muito grande para se ocupar de nós. Mas este pensamento, tão consolador para o humilde, para o homem de bem, é terrível para o mau e para o orgulhoso endurecidos, que a ele esperavam subtrair-se em favor da distância, e que, doravante, sentir-se-ão sob o domínio de seu poder."


[Esta comparação que Kardec faz está centrada no que nós, seres finitos, somos capazes de imaginar, porém, precisamos saber que Deus é muito superior a isso.
Na história da humanidade, primeiramente foram divinizados os elementos da natureza, logo após, surgiu  a concepção de Deus único, o homem busca, então, uma forma para Deus, e o coloca comparando-o a si mesmo. Kardec espiritualiza este conceito, já temos condições de compreender Deus além de nós mesmos.]

"Para o princípio da soberana inteligência, nada impede admitir um centro de ação, um foco principal irradiando sem cessar, inundando o Universo com os seus eflúvios, como o Sol com a sua luz. Mas onde está esse foco? É provável que não esteja mais fixado num ponto determinado do que a sua ação. Se simples Espíritos têm o dom da ubiquidade, em Deus esta faculdade não deve ter limites. Enchendo Deus o Universo, poder-se-ia admitir, a título de hipótese, que esse foco não necessita transportar-se, e que se forme em todos os pontos onde sua soberana vontade julgue conveniente produzir-se, donde se poderia dizer que está em toda parte e em parte alguma."

[Deus é o centro do Universo, não está no centro, está em tudo, irradia onde quiser.]

"Diante desses problemas insondáveis, nossa razão deve humilhar-se. Deus existe: é indubitável; é infinitamente justo e bom: é sua essência; sua solicitude se estende a tudo: nós o compreendemos agora; incessantemente em contato com ele, podemos orar a ele com a certeza de sermos ouvido; ele não pode querer senão o nosso bem, razão por que devemos confiar nele. Eis o essencial; para o resto, esperemos que sejamos dignos de o compreender."



[Este texto abre um a nova perspectiva sobre Deus, e a implicação disto é que deixamos de imaginar que Deus está perto ou longe, nós estamos nEle e Ele esta em nós.
Não temos como fugir de Deus ou nos esconder Dele.
Essa visão de Deus é uma hipótese, uma comparação, Kardec é humilde, ele não afirma que é desse modo. Mas nós mostra que essa forma de pensar é muito melhor fundamentada que a imagem que tínhamos de Deus anteriormente. Somos seres limitados, ínfimos, pequenos demais para compreendermos Deus, não podemos saber ao certo 'o que é Deus', o que podemos é com o avanço dos conhecimentos humanos e da ciência terrestre aprimorarmos os conceitos antigos. 
Agora, entre Deus é nós não existe distância, Ele está em toda parte.  Nós não temos como compreender Deus, nem como fugir dEle. Mas, quando estamos com ódio, medo ou qualquer sentimento contrário a Sabedoria de Deus, paramos de senti-lo, não obstante, Ele continua agindo e nos buscando. Porém, esse 'afastamento psíquico' de Deus' nos prejudica e nos faz sofrer: "não há infortúnio maior do que perder a fé e continuar vivendo", nos diz Meimei através da psicografia de   Chico Xavier. ]

 Você pode acessar o poema de Meimei, clicando aqui). 
 e ler este texto sem os comentários clicando aqui.
Leia também o outro  texto de Kardec,
lido no vídeo por Haroldo,
 "A Visão de Deus", clicando aqui.



* Os textos que se encontram entre colchetes são baseados na fala de Haroldo Dutra Dias no vídeo 15 e do resumo da aula disponibilizado no Grupo de Estudo de Gênesis no Face Book. Já a parte em que está com a cor de fundo verde claro se refere ao texto de Kardec da Revista Espírita. Qualquer erro gramatical, morfossintático, ortográfico,  textual etc. é de responsabilidade exclusiva da administração do blog.



sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Vídeo 15

Olá pessoal, estou no estudo, nas pesquisas e no comentário do vídeo 15, ainnnnda...postarei agora com mais frequência... pelos menos é o que espero.  Pois, agora estou com mais tempo e tranquilidade, ...aposentada por invalidez... e escrever e estudar é o que mais me distrai e me deixa bem... que bom... tempo, tempo, tempo, tempo...
paz, paz, paz, paz....


Não percas a tua fé

Não percas a tua fé entre as sombras do mundo.

Ainda que os teus pés estejam sangrando, segue para frente, erguendo-te por luz celeste acima de ti mesmo.

Crê e trabalha.

Esforça-te no bem e espera com paciência.

Tudo passa e tudo se renova na Terra, mas o que vem do Céu permanecerá.

De todos os infelizes, os mais desditosos são os que perderam a confiança em Deus e em si mesmos, porque o maior infortúnio é sofrer a privação da fé e prosseguir vivendo.

Eleva, pois, o teu olhar e caminha.

Luta e serve. Aprende e adianta-te.

Brilha a alvorada além da morte.

Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te atormente o ideal, aguilhoando-te com a aflição ou ameaçando-te com a morte.

Não te esqueças, porém, de que amanhã será outro dia....

Autora: Meimei
Psicografia de Chico Xavier.
Meimei


domingo, 11 de outubro de 2015

Jesus é a Luz

 No vídeo 17  do estudo de Gênesis de Moisés,  Haroldo nos propõe pensarmos na luz que foi criada no primeiro dia da Criação - que está no capítulo 1, versículo 3: "Disse Deus: haja luz; e houve luz."  -  como o trabalho incessante de Jesus na formação do nosso planeta.  Ele nos alerta que essa luz, do versículo 3, não é luz do Sol, pois o Sol só foi criado  no quarto dia, está no capítulo 1, versículo 14: "Disse também Deus: Haja luzeiros no firmamento dos céus, para fazerem a separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais, para as estações, para dias, para anos." 
Então ele questiona: Se a luz criada no primeiro dia não é a luz do sol, então que luz é essa que foi criada no primeiro dia?  E,  nos leva a pensar nessa luz, representando de uma forma SIMBÓLICA, a atuação dos Cristos, os Construtores de mundos que seguindo a vontade do Pai Maior,  manipulam fluidos sutis a fim de executar a Palavra do Pai Maior.
E como, segundo essas mesmas obras, o nosso Cristo planetário,   o responsável pelo planeta Terra, é Jesus; ele nos propõe a pensarmos nessa luz como "A Grande Luz", como a presença de Jesus no planeta.
"Essa luz é claro que é Jesus."
Isso, ele nos sugere baseado em textos da própria Bíblia, Novo e Antigo testamentos, bem como em textos da doutrina espírita, psicografados por Chico Xavier, principalmente, os textos de Emmanuel, André Luiz e Humberto de Campos que nos trazem explicações relativas à criação do nosso orbe  e ao papel de Jesus neste processo, principalmente nas obras A Caminho da Luz, Evolução em Dois Mundos e Brasil, Coração do Mundo Pátria do Evangelho.


Essa semana, fazendo os meus estudos diários encontrei um texto maravilhoso no livro Há Flores no Caminho do espírito Amélia Rodrigues, psicografado por Divaldo Franco.  O texto se encontra no capítulo 2, que tem como título "A perene luz", abaixo colocarei alguns parágrafos significativos para o nosso estudo, mas afirmo que vale a pena ler, não só esse capítulo como o livro na íntegra, é que ele descreve de forma lindíssima o papel de Jesus em nosso planeta e em nossas vidas.

Amélia Rodrigues nos diz no texto:

http://www.livrarialeal.com.br/ha-flores-no-caminho~618~78~21~---series~-amelia-rodrigues
 "A luz é o fulcro donde emerge o calor e a vida, ao mesmo tempo é o centro para onde convergem as atenções e os interesses de todos.
(...)
Todavia é a luz que aponta e acelera os caminhos.
(...)
Jesus é a Grande e Perene Luz que veio às sombras dos caminhos humanos para que jamais voltasse a predominar a treva.
Sua trajetória fez-se assinalar pela inapagável caridade que prossegue iluminando os séculos.
Quantos se encontram enregelados pelos sentimentos negativos ou abandonados ao frio da indiferença social, nEle encontram, o calor para a restauração das forças. 
Os sofredores de toda parte buscavam-nO, e O procuram ainda agora, para aquecer-se no Seu convívio.
(...)
...E Ele, claridade viva, prosseguiu vencendo, etapa a etapa, nos sórdidos lugares onde se hominizam os famanazes da treva infeliz. 
(...)
A força da Luz divina presente no Rabi, a irradiar-se soberana ...
(...) 
Jesus é Paz!
Quantos se Lhe acercam, transformam-se, harmonizando-se.
(...)
Saiu a irradiar a soberana luz do amor e da esperança, que até hoje fulge, dominadora, no acume da montanha das humanas dificuldades, apontando rumos... "

Já no primeiro capítulo diz, a autora espiritual, que o amor  de Jesus era mais forte que a sua voz; a voz era suave e doce, enquanto o amor era poderoso e vital. Fala das curas de Jesus, diz que "Jesus é a Autoridade e os Espíritos atendem". Depois, diz: "não há maior autoridade do que aquela que lhe é própria, a que é adquirida e não a que é concedida por empréstimo e pode ser retirada".  Quando falando ainda das curas feitas por Jesus diz: "Irradia-se a inapagável Luz dos Séculos. Nunca mais a noite se fará total..." Alguns parágrafos depois, diz: "Nada supera o Rabi, no mundo de Deus, que Ele elaborou sob a proteção do Pai"E, também anuncia: "O amor de Deus, refletido em Jesus, não tem limite". E finaliza este comentário inicial dizendo: "As sementes, todavia, dormem no solo da quadra outonal em que as almas se demoram, para emergirem, logo mais, em embrião, reflorindo ao claro sol da Era Nova da eterna primavera que já começa..."
(Espero os comentários mais detalhado de Haroldo sobre os ciclos para ver o que ele nos diz sobre a chegada da primavera...).

Ainda na introdução ou no seu primeiro comentário do livro,  Amélia  nos diz:
"A Boa Nova de Jesus, neste momento grave, é a segura diretriz, a solução para todos os problemas do instante que se vive. (...) 
Não obstante as aflições, as apreensões existentes na consciência humana quase generalizadas, a mensagem do Cristo permanece viva, e obreiros do seu Evangelho levanta-se para proclamar a "hora chegada", o amanhã melhor.
Nem todos enxergam a beleza que já reponta na Terra sofrida.
Há flores no caminho, aguardando os homens que estejam dispostos a vencer as distâncias emocionais e espirituais que os separam, a conquistar os espaços morais! 
O convite é o mesmo que ontem Ele nos fez e agora nos chega sob óptica nova, profunda, compatível com a época em que nos encontramos. "
Que esse texto possa nos ajudar a refletir, sendo mais uma referência, que confirma a veracidade dos ensinamentos do Cristo... e o Seu importantíssimo e  indispensável papel entre nós e que, principalmente, seja uma instrumento que possa, pelo menos, amenizar esse momento de tanto negativismo e desesperança em nossas almas. Permitamos que a  Luz penetre em nossos pensamentos, e inunde as nossas vidas."Hoje é o dia e agora o momento de decidir, de optar: Cristo ou César!" diz  Amélia Rodrigues.   

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Jesus o representante do Pai na Terra

O livro O Consolador na questão 283 que nos fala de Jesus, e diz:
283 - Com referência a Jesus, como interpretar o sentido das palavras de João: "E o Verbo se fez carne e habita entre nós, cheio de graça e verdade"?

- Antes de tudo, precisamos compreender que Jesus não foi um filósofo e nem poderá ser classificado entre os valores propriamente humanos, tendo-se em conta os valores divinos de sua hierarquia espiritual, na direção dos coletividades terrícolas.
Enviado de Deus, ele foi a representação do Pai junto do rebanho de filhos transviados do seu amor e da sua sabedoria, cuja tutela lhe foi confiada nas ordenações sagradas da vida no Infinito.
Diretor angélico do orbe, seu coração não desdenhou a permanência direta entre os tutelados míseros  e ignorantes, dando ensejo às palavras do apóstolo, acima referidas. 

Já na questão 288 do mesmo livro encontramos: 
288- "Meu Pai e eu somos Um". _ Poderemos receber mais algum esclarecimento sobre essa afirmativa? 

- A afirmativa evidenciava a sua perfeita identidade com Deus, na direção de todos os processos atinentes a marcha evolutiva do planeta terrestre. 

E, na questão 312 encontramos: Como interpretar a afirmativa de João: "Três são os que fornecem testemunho no céu: o Pai, o Verbo e o Espírito Santo"?
- João referia-se ao Criador, a Jesus, que constituía para a Terra a sua mais perfeita personificação, e a legião dos Espíritos redimidos e santificados que cooperam com o Divino Mestre, desde os primeiros dias na organização terrestre, sob a misericórdia de Deus.    

Como podemos ver nas questões acima expostas do livro O Consolador de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier, Jesus é como temos estudado "o enviado de Deus", o ser mais perfeito que já esteve encarnado no planeta Terra, um dos Cristos do sistema solar e o responsável pelo orbe terrestre. 
Agora buscando  na introdução do livro A Caminho da Luz, encontramos:

"... as línguas são formas de expressão,  caminhando para expressão única da fraternidade e do amor, e os povos são os membros dispersos de uma grande família trabalhando para o esclarecimento definitivo de sua comunidade universal. Seus filhos mais eminentes, no plano dos valores espirituais, são agraciados pela Justiça Suprema, que legisla no Alto para todos os mundos do Universo, e podem visitar as outras pátrias siderais, regressando ao orbe, no esforço abençoado de missões regeneradoras dentro das igrejas e das academias terrenas.
Na tela mágica de nossos estudos, destacam-se missionários que o mundo muitas vezes crucificou  na incompreensão das almas vulgares, mas, em tudo e sobre todos, irradia-se a luz desse fio de espiritualidade  que diviniza a matéria, encadeando o trabalho das civilizações, e, mais acima, ofuscando o écran das nossas observações e dos nosso estudos, vemos a fonte de extraordinária luz, de onde parte o primeiro ponto geográfico desse fio de vida e de harmonia, que equilibra e satura toda a Terra numa apoteose de movimento e divinas claridades. 
Nossos pobres olhos não podem divisar particularidades nesse deslumbramento, mas sabemos que o fio de luz e de vida está nas suas mãos. É Ele quem sustenta todos os elementos ativos e passivos da existência planetária . No seu corações augusto e misericordioso está o Verbo do princípio. Um sopro de sua vontade pode renovar todas as coisas, e um gesto seu pode transformar a fisionomia de todos os horizontes terrestres.
(...)
O determinismo do amor e do bem é a lei de todo o Universo e a alma humana emerge de todas as catástrofes em busca de uma vida melhor.
Só Jesus não passou, na caminhada dolorosa das raças, objetivando a dilacerações de todas as fronteiras para o amplexo universal. Ele é a Luz do princípio e nas suas mãos misericordiosas repousam os destinos do mundo. Seu coração magnânimo é a fonte da vida para toda a humanidade terrestre. Seu mensagem de amor, no Evangelho, é a eterna palavra da ressurreição e da justiça, da fraternidade e da misericórdia. Todas as coisas humanas passaram, todas as coisas humanas se modificaram. Ele, porém, é a Luz de todas as vidas terrestres, incansável ao tempo e à destruição.
(...) cumpre-nos voltar os olhos súplices para a infinita misericórdia do Senhor, implorando-lhe paz e amor para todos os corações.

E no primeiro capítulo deste livro Emmanuel já fala em Jesus como um dos membros da comunidade de Espíritos puros e eleitos por Deus, e que tem nas mãos as rédeas diretoras da vida de todas as coletividades planetárias. 
E no último capítulo do livro que tem como título O Evangelho e o Futuro, Emmanuel nos diz: "Trabalhemos por Jesus, ainda que a nossa oficina esteja localizada no deserto das consciências. 
Todos somos chamados ao grande labor e o nosso mais sublime dever é responder aos apelos do Escolhido. 
Lembremos a misericórdia do Pai e façamos as nossas preces. a noite não tarda e, no bojo de suas sombras compactas, não nos esqueçamos de Jesus, cuja misericórdia infinita, como sempre será a claridade imortal da alvorada futura, feita de paz, de fraternidade e de redenção."


                                                         



terça-feira, 6 de outubro de 2015

Soberanas Leis

No livro Jesus e o Evangelho à luz da psicologia profunda, Joanna de Ângelis inicia o capítulo I, que tem como título Soberanas Leis comentando o Capítulo I , item 3 de O Evangelho Segundo o Espiritismo, ela começa citando o Evangelho de Mateus, capítulo V, versículo 17:  "Não penseis que eu tenha vindo destruir a lei ou os profetas..." e em seguida começa o seu texto dizendo: 

"A Lei natural, que vige em todo o Universo, é a de Amor, que se exterioriza de Deus mediante a Sua criação. 
O Cosmo equilibra-se em parâmetros de harmonia inalterada, porque procede de uma Casualidade inteligente que tudo estabeleceu em equilíbrio.
Essa ordem espontânea é sempre a mesma em toda parte, expressando-se como modelo para a conquista integral de todas as coisas, particularmente do Eu profundo, que dorme em latência nos seres aguardando os fatores propiciatórios à sua manifestação."

Devemos perceber no trecho acima que a Lei é a mesma em todo o Universo, como temos visto em nossos estudos de Gênesis de Moisés, e essa Lei é a lei de Amor que sai de Deus e se exterioriza na Sua Criação. Como vimos no nosso estudo a irradiação do Amor de Deus que nos atinge a todos pois estamos mergulhados nesse Amor ou, como nós espíritas dizemos, no fluido cósmico.

Em seguida Joanna nos fala da sombra dominante  no princípio. E acrescenta:

"Inconscientes da sua realidade imortal, o ser é atraído para a Grande Luz libertadora, experimentando os embates internos que o desalojam da concha vigorosa onde se encarcera, facultando-lhe os primeiros vôos do discernimento e da razão com promessas de plenitude.
Como efeito inevitável, a inspiração superior vem trabalhando em nome dessa Lei, para que o Espírito modele as asas para a ascensão, através de disciplinas morais e socais, mediante as quais aprende a dominar os impulsos e racionalizá-lo, para que no futuro consiga introjetar o sentimento profundo do amor e, mergulhado conscientemente na Lei Natural, consiga utilizar-se da intuição ou comunicação direta com o Pensamento Universal espaiado em toda parte, ascendendo aos planos da felicidade que almeja."

 O termo "como efeito inevitável" nos faz ver que é inevitável o encontro com Deus, com a Sua Luz, não temos como fugir da compreensão da Sua presença em nossas vidas. Essa compreensão acontecerá mais cedo ou mais tarde na vida de todas as pessoas e o parágrafo nos mostra  que necessitamos estar  mergulhados conscientemente na Lei Natural. Aqui vemos a ideia de fluido cósmico "o mar" em que estamos mergulhados e  que, o pensamento de Deus se encontra presente neste "mar" e quando estivermos mergulhados nele de forma consciente poderemos ou  passaremos a  utilizar da intuição ou comunicação direta com o Pensamento Universal, com o  pensamento de Deus que esta em toda parte, só assim alcançaremos a felicidade que buscamos.


"Moisés houvera estabelecido por inspiração e observação os códigos essenciais ao processo de liberação da sombra e elaborou o Decálogo conduzindo o Psiquismo Divino, tornando-o indestrutível, paradigma para todas as demais leis, por conter em essência o fundamento do respeito a Deus, à vida, aos seres em geral e a si mesmo em particular."
Em seguida Joanna de Ângelis fala, como foi visto na citação acima, de Moisés e de que ele  elaborou Os Dez Mandamentos.  E que estes mandamentos  contém na sua essência o fundamento do respeito a Deus, à vida, aos seres em geral e a si mesmo em particular.
Após muitas citações relativas a época, em que fala das leis vigentes e do surgimento dos primeiros códigos morais e legais. Joanna começa a falar do papel de Jesus, dizendo:

"Jesus, o Homem excelente, chegou à Terra e defrontou a ignorância em predomínio trazendo a mensagem de amor que jamais fora apresentada antes na formulação de que Ele se fazia portador."

Explica como o amor era visto àquela época principalmente nos homem, fala das barbaridades do período, e após alguns comentários históricos  diz:

"Esse barbarismo conceptual encontrava a sua extravagante inspiração na Bíblia, interpretada de forma conveniente e dominadora em desserviço das admiráveis imagens que revestem o pensamento original e podem ser decodificadas pela moderna psicologia profunda, como também pela psicanálise, retirando os mitos nela existentes e configurando os arquétipos que prosseguem no inconsciente individual e coletivo de todas as criaturas humanas.
Jesus não foi o biótipo de legislador convencional. Ele não veio submeter a Humanidade nem submeter-se às Leis vigentes. Era portador de uma revolução que tem por base o amor na sua essencialidade mais excelente e sutil, e que adotado transforma os alicerces morais do indivíduo e da sociedade".
 Nesse parágrafo podemos ver claramente a ligação existente entre o texto  e os comentário de Haroldo quando diz que o Antigo Testamento foi "violentado" durante séculos, foi interpretado de modo equivocado e que por isso "precisa ser revisto, revisitado".

E Joanna continua dizendo que:
A superioridade moral e espiritual de Jesus entendeu a necessidade, não a primazia desse código perverso, e submeteu-se, pois Ele viera também para dar exemplo dos postulados que recomendava, considerando respeitáveis os profetas e os legisladores que as estabeleceram nos seus respectivos períodos. todavia Ele trazia uma nova versão da realidade, centrada no ser imortal, procedente do mundo espiritual e a ele volvendo, o que alterava a estrutura da justiça, que não mais deveria ser punitiva-destrutiva, mas educativa-reabilitadora. 
O ser humano erra por ignorância ou rebeldia,(...) sem conhecimento profundo do significado existencial, do valor de si mesmo.
(...)
O ensinamento de Jesus fundamenta-se na evolução do Self, iluminando a sombra e vencendo-a. 
(...)
Todo o objetivo da Boa Nova que Ele trouxe centra-se no futuro do Espírito, na sua emancipação total, na sua incessante busca de Deus.
Tornando-se o Caminho, a Sua é a Verdade que conduz à Vida, à plenitude, ao armazenamento de sabedoria e de amor. 
(...) No entanto diante da Consciência Cósmica, a escala de valores é feita mediante condutas essenciais, aquelas que são do ser em si mesmo responsável e assume as consequências dos seus hábitos perante a vida.
Todo o Seu verbo está exarado em linguagem programada para resistir aos tempos de evolução do pensamento e abrir espaços para as repercussões sociológicas e espirituais, éticas essenciais e morais seguras através dos diferentes períodos da Humanidade. 
Ocultando grandes verdades em símbolos compatíveis com a compreensão do momento, utilizou-se com sabedoria dos conteúdos dos hábitos diários para compor o mais admirável hino de louvor á vida de que se tem conhecimento.
Suas parábolas, argamassadas com o cimento das leis do cotidiano, são discursos para todos os períodos do desenvolvimento sócio-psicológico das criaturas. Não obstante, fez grande silêncio em torno de verdades mais transcendentes que poderiam ser desnaturadas por falta de amadurecimento evolutivo e psicológico dos Seus coevos, impossibilitados mesmo de registrar o pensamento, que sofreria, inevitavelmente, mutilações, adaptações, adulterações de acordo com os interesses vigentes em cada estágio da evolução.
(...) 
Na perspectiva, portanto, da psicologia profunda, a Lei de amor está inserta no ser legítimo, trabalhando-o sem cessar fato ao fatalismo da evolução nele predominante, ao tempo em que os conceitos de imortalidade, de comunicabilidade do Espíritos após a morte e de reencarnação pudessem receber o aval da ciência investigadora, abrindo novos horizontes para o amadurecimento psicológico, gerador da felicidade humana.
Por isso, o enunciado de Jesus: Não penseis que eu tenha vindo destruir a lei ou os profetas, é de significado relevante e essencial, ensinando que, mesmo diante de leis injustas e imposições apaixonadas, o ser lúcido não deve criar embaraços ou temer as injunções negativas, porquanto, na sua liberdade interior, nada de fora consegue alcançá-lo realmente, exceto a sabedoria da Lei Natural inserta na sua consciência.

Com a análise destes parágrafos podemos perceber que Joanna nos mostra a ação do fluido cósmico e  nos diz que este atua em todo o Universo que nele está o Pensamento Divino, mostra a  importância da primeira revelação e diz que ela foi deturpada para que se pudesse manter os  interesses sociais  e políticos da época.  Fala também da missão de Jesus, do Seu papel como modelo e guia da Humanidade, o respeito  que Ele tinha a Moisés e aos profetas, a Sua dificuldade com as palavras ao propor Seus  ensinamentos em um período de infância  espiritual dos seres. 
Agora pergunto: E nós? Estamos compreendendo as lições que nos foram e estão ainda sendo oferecidas pelas revelações divinas? 
Achei que esse capítulo de Joanna de Ângelis tem haver com os estudos de Gênesis e com os comentários de Haroldo ... 

Texto baseado no estudo de Gênesis do Portal Ser e no   livro Jesus e o Evangelho à luz da psicologia profunda do espírito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, capitulo 1, que tem como título Soberanas Leis.

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sábado, 3 de outubro de 2015

Fluido Cósmico na Doutrina Espírita

Na questão 27 de O Livro dos Espíritos, Kardec pergunta: 


 27 - Há então dois elementos gerais do Universo: a matéria e o espírito?
A resposta dos espíritos:
"Sim e acima de tudo Deus, o criador, o Pai de todas as coisas. Deus, espírito e matéria constituem o princípio de tudo o que existe, a trindade universal. Mas ao elemento material se tem que juntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o espírito e a matéria propriamente dita, por demais grosseira para que o espírito possa exercer ação sobre ela. Embora, de certo ponto de vista, seja lícito classificá-lo com o elemento material, ele se distingue deste por propriedades especiais. se o fluido universal fosse positivamente matéria, razão não haveria para que também o espírito não o fosse. Esta colocado entre o espírito e a matéria; e fluido, como a matéria e matéria, e suscetível, pelas suas inumeráveis combinações com esta e sob a ação do espírito, de produzir a infinita variedade das coisas de que apenas conheceis uma parte mínima. Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o espírito se utiliza, e o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá."

a) Esse fluido será o que designamos pelo nome de eletricidade?

"Dissemos que ele é suscetível de inúmeras combinações. O que chamais fluido elétrico, fluido magnético, são manifestações do fluido universal, que não é, propriamente falando, senão matéria mais perfeita, mais sutil e que se pode considerar independente."

Precisamos pensar em Deus como Deus do Universo, pensando em um Deus de bilhões de galáxias e não apenas de um Deus da Terra. "Tirando Deus e os espíritos tudo mais é fluido cósmico, é o fluido universal". Se observarmos o átomo, veremos que ele é a união de prótons, elétrons e nêutrons e é o fluido cósmico quem promove essa união, sem ele a matéria estaria em perpétuo estado de divisão. Ele é a matéria mais perfeita mais sutil e independente.  
No tempo de Kardec esse conceito era de mais difícil compreensão. Os cientistas falam hoje em Matéria Escura, que não está sujeita a gravidade, não pode ser medida e não é visível. Os cientistas estimam que 96% do Universo é formado pela Matéria Escura. No tempo de Kardec o materialismo imperava, hoje com os novos conceitos, o materialismo esta precisando de uma fundamentação pois não encontra apoio nos novos conceitos da física moderna. O fluido cósmico provavelmente é uma substância ainda mais sutil que a "matéria escura". Nos tempos de Kardec, o que se conhecia era que a matéria era ponderável, uma das propriedades fundamentais da matéria era a ponderabilidade, a matéria era tida como algo que podemos ver e tocar. Imponderabilidade da matéria é algo relativamente novo na ciência.
Hoje sabemos que tudo é energia; atrativa ou repulsiva.

Em O Livro dos Espíritos, questão 29 - A ponderabilidade é um atributo essencial da matéria? A resposta dos espíritos: "Da matéria como a entendeis, sim; não, porém, da matéria considerada fluido universal. A matéria etérea e sutil que constituí esse fluido vos é imponderável. Nem por isso, entretanto,  deixa de ser o princípio da vossa matéria pesada."  A gravidade é uma propriedade relativa. Fora das esferas de atração dos mundos não há peso, do mesmo modo que não há alto nem baixo. 

Já na questão 282, Kardec pergunta: Como se comunicam os espíritos? "Eles se veem e se compreendem. A palavra é material, é o reflexo do espírito. O fluido universal estabelece entre eles constante comunicação; é o veículo da transmissão de seus pensamentos, como, para vós, o ar o é do som.É uma espécie de telegrafo universal, que liga todos os mundos e permite que os Espíritos se correspondam de um mundo a outro."

O fluido cósmico é o veículo de transmissão do pensamento como o ar transmite a palavra. Quando falamos, nossas cordas vocais vibram de uma forma e ao receber essa onda o nosso tímpano , vibra da mesma forma, e assim entendemos a palavra falada. A transmissão via internet, isso também acontece, mas possui um decodificador, que serve como intermediário, as ondas eletromagnéticas que decodificam o sinal da nossa voz e assim, pode chegar ao mundo inteiro.

Também em Livro dos Espíritos na questão 455, que trata dos médiuns inconscientes ou do 'sonambulismo', lemos: (...) No estado de desprendimento em que fica colocado, o Espírito do sonambulo entra em comunicação mais fácil com os outros Espíritos encarnados ou não encarnados, comunicação que se estabelece pelo contato dos fluidos, que compõem os perispíritos e servem de transmissão ao pensamento, como o fio elétrico. O sonâmbulo não precisa, portanto, que se lhe exprimam os pensamentos por meio da palavra articulada. Ele os sente e adivinha. É o que o torna eminentemente impressionável e sujeito a influências da atmosfera moral que o envolva. 

O médium capta o pensamento dos espíritos e ao captar ele os interpreta, disto decorre a influência nas comunicações. É preciso um preparo e conhecimento individual do médium para que a mensagem possa ser corretamente interpretada. Esse conhecimento pode ser de outras vidas, lembremos do Chico.
O Fluido cósmico é o grande veículo do pensamento universal e onde estamos mergulhados. E, por isso, estamos todos interligados.

Em Gênesis não vemos quando a água foi criada, o texto fala apenas que foi separada. Em Noé, o elemento corretivo no diluvio foi a água.
E isso nós remete a uma conclusão importante:  O mecanismo pelo qual a providência divina toma conta de tudo e nada escapa da sua visão é o fluido cósmico.
A física de hoje tem muitas teorias ainda polêmicas, o "multiversos", imaginemos o universo como um queijo todo furado, os furos são os universos. É um conceito que se interlaça com o fluido cósmico. A maneira como o universo se expande é algo que a ciência ainda não consegue explicar. Uma das teorias que explica isso é justamente a de multiversos.

No livro Ceifa de Luz, Capítulo 44, que tem como título "Oraremos", temos:
"E esta é a confiança que temos para ele, que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve." (I João, 5:14)
Exporemos em prece ao Senhor os nossos obstáculos, pedindo as providências que se nos façam necessárias à paz e á execução dos encargos que a vida nos delegou;; entretanto, suplicaremos também a ele nos ilumine o entendimento, para que lhes saibamos receber dignamente as decisões.
Não nos esquecemos de que a nossa capacidade visual abrange, mais ou menos, unicamente o curto espaço dos sessenta segundos do minuto, enquanto que o Senhor, que nos acompanhou as numerosas existências passadas - existências que conservas agora na Terra, temporariamente esquecidas -, nos conhece o montante das necessidades de hoje e de amanhã.
Tenhamos suficiente gratidão para não suprimir-lhe a benção. 
A providencia Divina possui os recursos e caminhos que lhe são próprios para alcançar-nos.
Quando encarnados no plano físico, se na posição de enfermos, costumamos implorar do céu a dádiva da saúde corpórea, na expectativa de obter um milagre e, às vezes, o Céu nos responde com a imposição de um bisturi, que nos resgue as entranhas, de maneira a reconstituir-nos o equilíbrio orgânico.
Simbolicamente, ocorrem circunstancias idênticas no quadro espiritual de nossa vida cotidiana. 
Rogamos a Deus a presença da felicidade em nossos dias, segundo a concepção com que imaginamos, mas somos, via de regra, portadores de certos defeitos, que nos impediriam acolhê-la, sem agravar as próprias dívidas, e Deus, em muitos casos, nos envia primeiramente o espinho da provação, que nos faculte a experiência precisa para recebê-la em momento oportuno, como determina o recurso operatório para o corpo doente, antes que se restaure a saúde. 
Oraremos, sim; no entanto, é imperioso, em matéria de petição, rogar isso ou aquilo ao Senhor, sempre de acordo com Sua Vontade, porque a Vontade do Senhor inclui, invariavelmente, a harmonia e a felicidade de nossa vida.

Deus nos prepara para receber suas bençãos, nossos pedidos são atendidos e eles não se fazem apenas através da palavras, nós vibramos aquilo que queremos. Deus a nos responder é infinitamente inteligente, mas também , infinitamente amoroso e é sempre a nosso favor, ainda que pareça algumas vezes contra nós.