Numa visão Espírita

Textos baseados no Estudo do livro Gênesis de Moisés transmitido no portal SER com Haroldo Dutra Dias. Com a utilização dos resumos postados no Grupo de Estudos de Gênesis no Facebook. Qualquer erro gramatical, textual, morfossintático, ortográfico, etc é de responsabilidade exclusiva da administração do Blog.




quinta-feira, 31 de março de 2016

Façamos Nossa Luz - Emmanuel

Voltando ao tema da ‘luz do princípio’ já estudado anteriormente aqui no blog, (veja links abaixo) trago mais um texto de Emmanuel citado por Haroldo no estudo. Texto que serve como mais uma referência que nos possibilita confirmar a análise dessa luz não só como uma luz física, mas também, e principalmente, como uma luz espiritual.

O texto se encontra no livro Caminho, Verdade e Vida que transcrevo abaixo, marcando os trechos que mais se relacionam ao que estamos estudo agora: 


“Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens.”   
Jesus
Mateus,5: 16



Ante a glória dos mundos evolvidos, das esferas sublimes que povoam o  Universo, o estreito campo em que nos agitamos, na Crosta Planetária, é limitado  círculo de ação. 
Se o problema, no entanto, fosse apenas o de espaço, nada teríamos  a lamentar. 
A  casa  pequena  e  humilde,  iluminada  de  Sol  e  alegria,  é  paraíso  de  felicidade. 
A angústia de nosso plano procede da sombra.  
A escuridão invade os caminhos em todas as direções. Trevas que nascem  da ignorância, da maldade, da insensatez, envolvendo povos, instituições e pessoas.  Nevoeiros que assaltam consciências, raciocínios e sentimentos.  

Em meio da grande noite, é necessário acendamos nossa luz. Sem isso é  impossível encontrar o caminho da libertação. Sem a irradiação brilhante de nosso  próprio ser, não poderemos ser vistos com facilidade pelos Mensageiros Divinos,  que ajudam em nome do Altíssimo, e nem auxiliaremos efetivamente a quem quer  que seja.  
É indispensável organizar o santuário interior e iluminá-lo, a fim de que as  trevas não nos dominem. É possível marchar, valendo-­nos de luzes alheias. Todavia, sem claridade  que nos seja própria, padeceremos constante ameaça de queda. Os proprietários das  lâmpadas acesas podem afastar-­se de nós, convocados pelos montes de elevação que  ainda não merecemos.  
Vale-­te, pois, dos luzeiros do caminho, aplica o pavio da boa ­vontade ao  óleo do serviço e da humildade e acende o teu archote para a jornada. Agradece ao  que te ilumina por uma hora, por alguns dias ou por muitos anos, mas não olvides  tua candeia, se não desejas resvalar nos precipícios da estrada longa!...  
O problema fundamental da redenção, meu amigo, não se resume a palavras  faladas ou escritas. É muito fácil pronunciar belos discursos e prestar excelentes  informações, guardando, embora, a cegueira nos próprios olhos.  
Nossa necessidade básica é de luz própria, de esclarecimento íntimo, de  auto­-educação, de conversão substancial do “eu” ao Reino de Deus.  
Podes falar maravilhosamente acerca da vida, argumentar com brilho sobre  a fé, ensinar os valores da crença, comer o pão da consolação, exaltar a paz, recolher  as flores do bem, aproveitar os frutos da generosidade alheia, conquistar a coroa  efêmera do louvor fácil, amontoar títulos diversos que te exornem a personalidade  em trânsito pelos vales do mundo...  
Tudo  isso,  em  verdade,  pode  fazer  o  espírito  que  se  demora,  indefinidamente, em certos ângulos da estrada.  
Todavia, avançar sem luz é impossível.

 Emmanuel, Chico Xavier; Livro Caminho Verdade e Vida, 180.


Vemos que o texto trata de uma luz espiritual que todos nós teremos que alcançar, e que só conseguiremos  quando seguirmos  o exemplo da ‘Grande Luz’ que aparece na história bíblica pela primeira vez em ‘Haja luz, e houve luz’, e essa luz representa a presença de Jesus, que colaborou com Deus na construção do nosso planeta. 


quarta-feira, 30 de março de 2016

Confiando

Haroldo termina o vídeo 17 com o texto de Emmanuel presente no livro Ceifa de Luz, este texto nos mostra a importância de confiarmos no Cristo e praticarmos os seus ensinamentos como se faz necessário.  Só assim se constrói a felicidade. Mas, que a fé nessas lições de Jesus só valem se forem usadas. Sendo assim, é imprescindível caminharmos na luz do Senhor. 



“...Tende fé em Deus.” 
 JESUS. 
Marcos, 11:22.

Tendo fé nas descobertas e nas observações conjugadas de físicos, astrônomos e matemáticos, o homem construiu o foguete com que explora vitoriosamente o espaço cósmico; tendo fé nas ondas eletromagnéticas, formou as bases da televisão que hoje transmite a palavra e a imagem a longas distâncias, simultaneamente, em todas as direções; tendo fé nos processos imunológicos, iniciados e desenvolvidos por ele mesmo, criou a vacina, liquidando o problema das moléstias contagiosas que, de tempos a tempos, dizimavam milhares de existências no mundo; tendo fé na escola, dividiu-a em setores múltiplos e estabeleceu cursos específicos, de modo a servir às criaturas, da infância à madureza, afastando a Humanidade dos prejuízos da insipiência e do flagelo da ignorância; tendo no motor, inventou o automóvel em que se transporta, a vontade, de região para região, atendendo aos próprios interesses com inestimável ganho de tempo. 
Assim também, confiando nos ensinamentos do Cristo e praticando-os como se faz necessário, a criatura edificará a sua própria felicidade; entretanto, qual acontece ao foguete, á televisão, á vacina, à escola e ao automóvel, que funcionam, seguindo os princípios em que se baseiam, a fim de oferecerem os frutos preciosos, no auxílio ao homem, a fé nas lições de Jesus só vale se for usada.  

Emmanuel –  Chico Xavier, 
Livro Ceifa de Luz, 53.

Raiou a Luz - Emmanuel

“O povo que estava assentado em trevas viu uma grande luz; e aos que estavam assentados na região e sombra da morte a luz raiou.” 
Mateus, 4: 16

'Referindo-se ao início da Sublime Missão de Jesus, o apóstolo Mateus classifica o Mestre como a Grande Luz que começava a brilhar para os que permaneciam estacionados nas trevas e para os que se conservavam na região de sombras da morte.
Essa imagem fornece uma ideia geral da interpretação de planos em todos os centros da vida humana.
Na superfície do mundo desenvolvem-se os que se encontram na sombria noite de ignorância e esforçam-se os espíritos caídos nos resvaladouros do crime, mortos pelos erros cometidos, aspirando o dia sublime da redenção.
Semelhante paisagem, todavia, não abrange tão-somente os círculos das criaturas que se revestem de envoltório material, porque é extensiva à grande quantidade de seres terrestres que militam nos labores do orbe, sem a indumentária dos homens encarnados.
O Mestre, pois, é o Orientador Supremo de todas as almas que permanecem ou transitam no mundo terreno.
Sua Luz Imortal é o tesouro imperecível das criaturas.
Os que aprendem ou resgatam, os que se curam ou que expiam encontram em Seu coração a claridade dos Caminhos Eternos.
A multidão que estaciona nas trevas da ignorância e as fileiras numerosas dos que foram detidos na região da morte pelo próprio erro devem compreender essa Luz que está brilhando aos seus olhos desde vinte séculos.
Antes do Evangelho podia haver grande sombra, mas com o Cristo vibra a claridade resplandecente de novo dia.
Que saibamos compreender a missão dessa Luz, pois sabemos que toda manhã é um novo apelo ao esforço da vida.'

Emmanuel –  Chico Xavier, 
Livro Levantar e Seguir


segunda-feira, 14 de março de 2016

A Luz do Princípio

Vamos, de acordo com proposta de estudo deste blog, analisar Gênesis capítulo 1: 3-5, onde encontramos:

"Disse Deus: haja luz.
E houve luz.
Viu Deus que a luz era boa;
e fez a separação entre luz e as trevas.
E Deus chamou à luz dia, e às trevas noite.
E houve tarde e  manhã, o primeiro dia".


(Gênesis 1:3-5)
Bíblia Sagrada, 
 Tradução João Ferreira de Almeida)


Como já foi dito num post  anteriorEm "Haja luz e houve luz"(Gn 1:3) , podemos refletir e extrair do texto várias reflexões, como nos diz Haroldo, a "luz" pode ser vista como:  
1) a luz de Deus, como a suprema irradiação do Criador que nos atinge e que age dentro e fora de nós, pois Deus está em toda parte; 
2) a luz , também pode ser vista como um alto conteúdo de espiritualidade que nos impulsiona; 
como também,  pode ser vista e deve ser vista e foi vista como 
3) Jesus Cristo, aquele que veio para nos guiar e iluminar, nos oferece o caminho a seguir e nos mostra como devemos caminhar.

Então, com base nas sábias palavras de Simão Pedro, na sua segunda Epístola quando ele diz: "...sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da escritura provém de particular elucidação"(1:20), teremos que analisar com muita calma essa "luz" do primeiro dia. 
Temos que pensar que esta 'luz' que esta presente no primeiro dia não é uma luz física, não pode ser uma 'luz' produzida pelos astros que conhecemos: o Sol e a Lua; pois o Sol e a Lua só foram criados no quarto dia da Criação. Veja o quarto dia (Gn 1: 14-19):

"Disse também Deus: Haja luzeiros no firmamento dos céus, para fazerem a separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais, para estações, para dias e anos.
E sejam para luzeiros no firmamento dos céus, para alumiar a terra. E assim se fez.
Fez Deus os dois grandes luzeiros: o maior para governar o dia, e o menor para governar a noite; e fez também as estrelas.
E os colocou no firmamento dos céus para alumiarem a terra, para governarem o dia e a noite e fazerem separações entre a luz e a treva. E viu Deus que isso era bom".
(Gênesis 1:14-19)
Bíblia Sagrada, 
 Tradução João Ferreira de Almeida)

Bem luzeiros são astros, estrelas, coisa que brilha.
Se o Sol e a Lua foram criados no quarto dia da Criação, temos que pensar: Que "LUZ" foi aquela criada no primeiro dia?

Naquele momento, em Gênesis no capítulo 1: 3-5,  só havia "treva"; "Havia treva sobre a face do abismo", e Deus separa luz/dia das trevas/noite no primeiro dia. Aqui não se trata de uma luz física mas sim de uma luz espiritual. 

Devemos nos lembrar, aqui, do Evangelho de João, quando começa dizendo: 


"No Princípio havia o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.(1)
Ele estava, no princípio, com Deus.(2)
Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada que foi feito se fez.(3)
A vida estava nele e  a vida era a luz dos homens.(4)
 A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela".(5) 
(João 1:1-5)
Bíblia Sagrada, 

 Tradução João Ferreira de Almeida)


Devemos perceber que quando o povo hebreu ouvia João se reportava imediatamente ao livro de Gênesis que era lido frequentemente; "No Princípio criou Deus..." era estudado todos os anos nas sinagogas, e, em João: "No Princípio era o Verbo...". 

Já vimos, também,  que a expressão "Deus disse" ou "Disse Deus", levou João a dizer que "No princípio era o Verbo", como também levou a tradição judaica a chamar Deus de "aquele que diz e o mundo se fez" ou que o mundo foi criado pela "Palavra de Deus". E João nos diz que "o Verbo estava com Deus", isto significa que a Palavra estava com Deus. 
Então, no princípio Deus não estava só, a Palavra estava com Deus, "Ele (o Verbo) estava no princípio com Deus"(2). "Todas as coisas foram feitas por intermédio dele (do Verbo), e, sem ele(sem o Verbo), nada do que foi feito se fez"(3). E, continua "A vida estava nele (no verbo do princípio)(4) e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevalecem contra ela(5)". Isso significa que as trevas não prevalecem com a presença da luz, as trevas se dissipam no momento em que a luz surge. 

E João continua dizendo em seu Evangelho:


"Houve um homem, enviado por Deus cujo nome era João.(6) 
Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele.(7)
Ele não era a luz, mas veio para que testemunhasse da luz,(8)
a saber, a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem.(9)
O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu.(10)
Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.(11)
Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome;(12)
os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.(13)
E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.(14)"
(João 1:6-14)
Bíblia Sagrada, 
 Tradução João Ferreira de Almeida)



Continuando a nossa análise, vemos que no versículo 6,  João, o evangelista, fala de João Batista, aquele que veio ao mundo para testemunhar a vinda do Cristo, e no versículo seguinte diz que João veio "testemunhar a respeito da luz". E diz que ele [João] "não era a luz, mas que veio para que testemunhasse  a luz" (8)
Mas, que luz é essa? 
Essa era "a luz verdadeira que veio ao mundo e que ilumina todos os homens"(9). E João volta novamente ao Verbo do princípio, no versículo 10, quando diz: "O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele". Ora se João veio anunciar a vinda do Cristo, o trecho diz que João veio anunciar "a luz". No texto: "João não era a luz", significa que a luz era um ser, esse ser não era João Batista, esse ser era Jesus. Então podemos pensar em Jesus como  "a luz" do princípio.

Em João, versículo 12, fala daqueles que reconheceram Jesus como luz, receberam o poder de serem filhos de Deus. No versículo 14 encontramos "o Verbo se fez carne e habitou entre nós", nasceu, encarnou, se fez carne e morou, habitou, viveu entre nós.

Vemos que quando João escreveu esse texto, capítulo 1: 1-14, o evangelista procurou conectar a luz do princípio, do primeiro dia da Criação do mundo com Jesus. 
Por que ele faz essa conexão?

Esse e o único  trecho do Evangelho em que essa conexão é feita? Não.

João no capítulo 3: 19- 21 diz:
"O julgamento é este: que a luz veio ao mundo , e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras (dos homens) eram más.
Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras. Quem pratica a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque feitas em Deus". 
(João 1:6-14)
Bíblia Sagrada, 
 Tradução João Ferreira de Almeida)

Ainda no Evangelho de João encontramos: 
"De novo, lhe falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrario, terá a luz da vida."(8:12)



Jesus ainda em João começa a falar da sua morte. Ele diz:


"Chegou o momento de ser julgado este mundo, e o seu príncipe será expulso.
E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo.
Isso dizia, significando de que gênero de morte estava para morrer.
Replicou-lhe, pois, a multidão: Nós temos ouvido da lei que o Cristo permanece para sempre, e como dizes tu ser necessário que o Filho do Homem seja levantado? Quem é esse Filho do Homem?
Respondeu-lhes Jesus: Ainda por um pouco a luz estará convosco. Andai enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos apanhem; e quem anda nas trevas não sabe para onde vai. Enquanto tendes a luz, crede na luz, para que vos torneis filhos da luz. Jesus disse essas coisas, e, retirando-se, ocultou-se deles". 
(João 12:31-36)
Bíblia Sagrada, 
 Tradução João Ferreira de Almeida)

Ainda no capítulo 12, versículo 46, Jesus diz:
"Eu vim como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas".

Temos  outras citações no Novo Testamento. Aqui citaremos também, o Evangelho de Mateus, capítulo 4, nos diz que quando Jesus soube que João Batista havia sido preso, ele (Jesus) resolve sair de Nazaré  e foi morar em Cafarnaum. E, Mateus diz que isso acontece para que se cumprisse o que havia dito o profeta Isaías. "O povo que jazia em treva viu  grande luz, e aos que viviam na região e sombra da morte resplandeceu-lhe a luz". (Mateus 4:16).
Dizendo que o povo de Cafarnaum vivia na escuridão e que a presença de Jesus naquela cidade foi a presença de uma grande luz que surge para tirar o povo da sombra e da treva.
[Emmanuel faz um lindo comentário desse trecho do Evangelho de Mateus, que estará presente no post com os comentários de Emmanuel.]

Na tradução judaica essa questão da 'palavra' ter criado o mundo,  'o Verbo' que no princípio estava com Deus, contida em Gênesis no primeiro dia da Criação,  levou os textos posteriores da Bíblia a colocar 'a palavra' muitas vezes como um Ser. Assim, 'a Palavra' começa a se deslocar de um lugar para outro, a curar pessoas, a conversar com as pessoas. Ela começa a se separar da figura central de Deus. Ela [a palavra] ganha autonomia. Nos textos da Sabedoria e de Provérbios a palavra é personificada, Deus fala com a Palavra, conversa com ela, troca ideia. Em Isaías encontramos também muitos exemplos. 
A partir daí surge o Cristo e os Evangelhos, e então, João nos brinda com o seu Evangelho e com essa linda conexão entre "a luz do princípio", presente no livro de Gênesis e o nosso Cristo planetário.


Leia o texto 'Os Arquitetos Divinos e o Fluido Cósmico'. Clique aqui.
Veja em breve trechos relacionados no Velho Testamento.
Veja em breve trechos relacionados em Emmanuel.
Veja trecho relacionado de Amélia Rodrigues, clique aqui.