Numa visão Espírita

Textos baseados no Estudo do livro Gênesis de Moisés transmitido no portal SER com Haroldo Dutra Dias. Com a utilização dos resumos postados no Grupo de Estudos de Gênesis no Facebook. Qualquer erro gramatical, textual, morfossintático, ortográfico, etc é de responsabilidade exclusiva da administração do Blog.




sábado, 26 de dezembro de 2015

Deus e Sua visão

O outro texto, que também foi lido por Haroldo na aula 15, intitulado "A Visão de Deus", e este:

A visão de Deus 

Se Deus está em toda parte, por que não o vemos? Vê-lo-emos quando deixarmos a Terra? Também são perguntas que se formulam todos os dias. 

A primeira é fácil responder. Por serem limitadas as percepções dos nossos órgãos visuais, elas os tornam inaptos à visão e aos instrumentos de análise. Vemos os efeitos da peste, mas não vemos o fluido que a transporta; vemos os corpos em movimento sob a influência da força de gravitação, mas não vemos essa força.

Os nossos órgãos materiais não podem perceber as coisas de essência espiritual. Unicamente com a visão espiritual é que podemos ver os Espíritos e as coisas do mundo imaterial. Somente a nossa alma, portanto, pode ter a percepção de Deus.
Dar-se-á que ela o veja logo após a morte? A esse respeito, só as comunicações de além-túmulo nos podem instruir. Por elas sabemos que a visão de Deus constitui privilégio das mais depuradas almas e que bem poucas, ao deixarem o envoltório terrestre, se encontram no grau de desmaterialização necessária a tal efeito. Algumas comparações vulgares o tornarão facilmente compreensível.

Uma pessoa que se ache no fundo de um vale envolvido por densa bruma, não vê o Sol. entretanto, pela luz difusa, percebe que está fazendo sol. Se  se dispõe a subir a montanha, à medida que for ascendendo, o nevoeiro se irá tornando mais claro, a luz cada vez mais viva. Contudo, ainda não verá o Sol. Quando começa a percebê-lo ainda está velado, pois basta o mais leve vapor para enfraquecer o seu brilho. Só depois  que se haja elevado acima da camada brumosa e chegado a um ponto  onde o ar esteja perfeitamente límpido, ela o contemplará em todo os seu esplendor.

Dá-se outro tanto com aquele que tivesse a cabeça envolta por vários véus. A princípio não vê absolutamente nada; a cada véu que se retira, distingue um clarão cada vez mais nítido; apenas quando desaparece o último véu é que percebe as coisas claramente.

Também se dá o mesmo  com um licor carregado  de matérias estranhas; de começo fica turvo; a cada destilação sua transparência aumenta até que, estando completamente depurado, adquire perfeita limpidez e não apresenta nenhum obstáculo à visão. 

Assim é com a alma. O envoltório perispirítico, conquanto nos seja invisível e impalpável, é, com relação a ela, verdadeira matéria, ainda grosseira demais para certas percepções. Ele, porém, se espiritualiza, à medida que a alma se eleva em moralidade. As imperfeições de que ela se desfaz é um véu  a menos; todavia, só depois de se haver depurado completamente é que goza da plenitude das suas faculdades.

Sendo Deus a essência divina por excelência, unicamente os Espíritos que atingiram o mais alto grau de desmaterialização o podem perceber em todo o seu esplendor. Pelo fato de não o verem, não se segue que os Espíritos imperfeitos estejam mais distantes deles  do que os outros; esses Espíritos imperfeitos estejam mais distantes dele do que os outros; esses Espíritos, como os demais, como todos os seres da Natureza, se encontram mergulhados no fluido divino, do mesmo modo que nós estamos na luz; os cegos também estão mergulhados  na luz e, contudo, não a veem. As imperfeiçoes são véus que ocultam Deus à visão dos Espíritos inferiores. Quando o nevoeiro se dissipar, vê-lo-ão resplandecer. Para isso, não lhe é preciso subir, nem procurá-lo nas profundezas do infinito. Desimpedida a visão espiritual das bebidas morais que a obscureciam, eles o verão de todo lugar onde se achem, mesmo da Terra, porquanto Deus está em toda parte. 

O Espírito só se depura com o tempo, sendo as diversas encarnações o alambique em cujo fundo deixa de cada vez alguma impureza. Com o abandonar o seu invólucro corpóreo, os espíritos não se despojam instantaneamente de suas imperfeições, razão por que, depois da  morte, não vêem a Deus mais do que o viam quando vivos; mas, à medida que se depuram, tem dele uma intuição mais clara. Não o vêem, mas compreendem-no melhor; a luz é menos difusa. Quando, pois, alguns Espíritos dizem que Deus lhes proíbe respondam  a uma dada pergunta não é que Deus lhes apareça, ou dirija a palavra, para lhes ordenar ou proibir isto ou aquilo, não; eles, porém, recebem os eflúvios do seu  pensamento, como nos sucede com relação aos Espíritos que nos envolvem em seus fluidos, embora não os vejamos. 

Nenhum homem, conseguintemente, pode ver  a Deus com os olhos da carne. Se essa graça fosse concedida a alguns, só o seria no estado de êxtase, quando a alma se acha tão desprendida dos laços da matéria que torna possível o fato durante a encarnação. Tal privilégio, aliás, exclusivamente pertenceria a almas de eleição, encarnadas em missão, que não em  expiação. Mas, como os Espíritos da mais elevada categoria refulgem de ofuscante brilho, pode dar-se que Espíritos menos elevados, encarnados ou desencarnados, maravilhados com o esplendor  de que aqueles se mostram cercados, suponham  estar vendo o próprio Deus. É como quem vê um ministro e o toma pelo seu soberano. 

Sob que aparência se apresenta Deus aos que se tornam dignos de vê-lo? Será sob uma forma qualquer? Sob uma figura humana, ou como um foco de resplendente luz? A linguagem humana é impotente para dizê-lo, porque não existe para nós nenhum ponto de comparação capaz de nos facultar uma ideia de tal coisa. Somos quais cegos de nascença a quem procurassem inutilmente fazer compreendessem o brilho do Sol. A nossa linguagem é limitada pelas nossas necessidades e pelo círculo das nossas ideias; a dos selvagens não poderia descrever as maravilhas da civilização; a dos povos mais civilizados é  extremamente pobre para descrever os esplendores dos céus, a nossa inteligência muito restrita para os compreender e a nossa vista, por muito fraca, ficaria deslumbrada."
Texto presente na página 183, livro em PDF, 
clique no link acima para ter acesso,

sábado, 12 de dezembro de 2015

Deus está em tudo e ... em TODOS

Estudando o primeiro capítulo de Gênesis de Moisés, vemos que o estudo nos leva a pensarmos na água criada no primeiro dia, como o fluido cósmico estudado por Kardec,  e que o texto atribui Deus como o Criador de tudo o que existe (céu, terra, plantas, animais, homem, astros) e que também está presente em tudo. 
Com esse pensamento, mais uma vez o estudo   nos leva a ler e a refletir um texto de Allan Kardec publicado na Revista Espírita do mês de maio de 1866, que tem como título "Deus está em toda parte". Neste texto Kardec utiliza uma linguagem acessível ao nosso tempo. Na época em que o livro Gênesis de Moisés foi escrito a linguagem era outra, e é por isso que nos parece difícil hoje a compreensão de algumas passagem da Bíblia - principalmente do Velho Testamento - mas, a época  em que esse texto foi escrito as pessoas o entendiam, pois estava (está) escrito com a  linguagem utilizada habitualmente pelos hebreus naquele tempo. 
Os dois textos - tanto o de Moisés quanto o de Kardec - dizem que "tudo foi criado por Deus", e sendo assim, podemos concluir que  "Ele pode recriar, renovar, refazer tudo" quando quiser e se assim quiser. Ambos os textos dizem, também, que "não existe nada que não tenha sido criado por Deus", que "Ele é onipotente e que nada lhe é impossível".
A mensagem central do livro Gênesis é nos dizer que não há nada que não seja criado por Deus, não existe nada fora de Deus. Ele pode tudo e está em tudo. Kardec também, no texto citado, diz a mesma coisa, porém com uma linguagem mais atual, sensível ao nosso tempo e a nossa cultura.
Começando o texto, Kardec nos coloca diante de um grande questionamento:

"Como é que Deus, tão grande, tão poderoso, tão superior a tudo, pode imiscuir-se em detalhes ínfimos, preocupar-se com os menores atos e os menores pensamentos de cada indivíduo? Tal é a pergunta que muitas vezes se faz." 

[Esse questionamento é motivo de angústia para muitas pessoas em todas as religiões. Como Deus pode saber tudo?] Saber de mim?
Prossegue Kardec:


"Em seu estado atual de inferioridade, só dificilmente os homens podem compreender Deus infinito, porque eles próprios são finitos, limitados, razão por que o imaginam finito e limitado como eles mesmos; representando-o como um ser circunscrito, dele fazem uma imagem à sua semelhança. Pintando-o com traços humanos, nossos quadros não contribuem pouco* para alimentar este erro no espírito das massas, que nele mais adoram a forma que o pensamento. É para o maior número um soberano poderoso, sobre um trono inacessível, perdido na imensidade dos céus, e porque suas faculdades e percepções são restritas não compreendem que Deus possa ou haja por bem intervir diretamente nas menores coisas."
* (não contribuem pouco* = contribuem muito)



[Nós vivemos em corpos limitados, somos seres circunscritos. O nosso alcance, como seres finitos é limitado, é pequeno,  estamos presos a uma forma - mãos, pés, cabeça, olhos, ouvidos..., só enxergamos a uma faixa de frequênia e a uma certa distância; só ouvimos a uma certa faixa de frequência e a uma certa distância - somos seres finitos, nenhuma criatura é infinita, até mesmo os Cristos, são seres finitos, pode ser uma criatura poderosíssima, mas são seres  finitos, foram criados por Deus. 
E como, imaginamos Deus? Deus sempre foi imaginado como um homem, velho com grandes barbas. Será que ainda O vemos como um homem barbudo e velho, numa esfera muito superior?
Na questão 13 de "O Livro dos Espíritos", (pág. 58) nos diz que um dos atributos de Deus é ser infinito, e que Ele não pode ser representado em uma forma, não pode ser circunscrito. Não há limite a percepção de Deus. Deus não faz esforço nenhum para perceber tudo. Muitos cientistas, homens ilustres, inteligentes e sábios, não acreditam em Deus; mas eles não acreditam neste Deus criado pelas percepções humanas, neste Deus velho e barbudo, que de longe, comanda os mundos, as vidas e as pessoas. Nesse deus, nós espíritas também não acreditamos. 
De que formas devemos pensar Deus utilizando o que a doutrina espírita nos trouxe?]
Kardec continua:


"Na incapacidade em que se acha o homem de compreender a essência mesma da Divindade, desta não pode fazer senão uma ideia aproximada, auxiliado por comparações necessariamente muito imperfeitas, mas que podem, ao menos, mostrar-lhe a possibilidade do que, à primeira vista, lhe parece impossível."


[Nós não temos atributos para imaginarmos Deus, só podemos supor. Criar meios que nos possibilite imaginarmos diferente do homem velho e barbudo, conhecido durante a Idade Média. Só podemos fazer uma comparação bem distante do que Ele é realmente.
Kardec nos propõe criarmos uma metáfora, uma suposição.]

"Suponhamos um fluido bastante sutil para penetrar todos os corpos. É evidente que cada molécula desse fluido produzirá sobre cada molécula da matéria com a qual está em contato uma ação idêntica à que produziria a totalidade do fluido. É o que a Química nos mostra a cada passo."

[Kardec propõe pensarmos no fluido cósmico com toda a Criação mergulhada nele, e Deus no fluido cósmico. 
Uma ação qualquer que ocorra nesse fluido repercutirá nele todo.
Esse é um princípio da Química. ]

"Sendo ininteligente, esse fluido age mecanicamente apenas pelas forças materiais. Mas se supusermos esse fluido dotado de inteligência, de faculdades perceptivas e sensitivas, ele agirá, não mais cegamente, mas com discernimento, com vontade e liberdade; verá, ouvirá e sentirá."


[Kardec explica que está utilizando uma metáfora, é só uma comparação... Esse fluido pode agir mecanicamente ou ser um fluido inteligente. Se imaginarmos inteligente, esse  fluido cósmico  discerne, ver, ouve, sente... então, cada partícula subatômica do nosso corpo físico e do corpo espiritual não escapa a Vontade, Percepção e Ação de Deus.]


"As propriedades do fluido perispiritual dele podem dar-nos uma ideia. Ele não é inteligente por si mesmo, desde que é matéria, mas é o veículo do pensamento, das sensações e das percepções do Espírito. É em conseqüência da sutileza desse fluido que os Espíritos penetram em toda parte, perscrutam os nossos pensamentos, vêem e agem a distância; é a esse fluido, chegado a um certo grau de depuração, que os Espíritos superiores devem o dom da ubiquidade; basta um raio de seu pensamento dirigido para diversos pontos para que eles possam aí manifestar sua presença simultaneamente. A extensão dessa faculdade está subordinada ao grau de elevação e de depuração do Espírito."

Os estudos sobre o perispírito podem nos ajudar a compreender o pensamento de Kardec. Se quiser ler outras explicações de Kardec relativa ao perispírito, clique aqui. 
Quanto mais elevado e depurado o espírito maior o seu grau de percepção, e mais desenvolvida ubiquidade, para mais detalhes leia  a questão 92 de 'O Livro dos Espíritos'.

"Mas sendo os Espíritos, por mais elevados que sejam, criaturas limitadas em suas faculdades, seu poder e a extensão de suas percepções não poderiam, sob esse aspecto, aproximar-se de Deus. Contudo, eles nos podem servir de ponto de comparação. O que o Espírito não pode realizar senão num limite restrito, Deus, que é infinito, o realiza em proporções infinitas. Há, ainda, esta diferença: a ação do Espírito é momentânea e subordinada às circunstâncias, enquanto a de Deus é permanente; o pensamento do Espírito só abarca um tempo e um espaço circunscritos, ao passo que o de Deus abarca o Universo e a eternidade. Numa palavra, entre os Espíritos e Deus há a distância do finito ao infinito."


[Não importa o grau evolutivo do Espírito, ainda que seja um Cristo de Galáxias, ele é finito, limitado, se comparado a Deus. Para nós os Cristos são seres muito, mas muito mesmo superiores, mas em relação a Deus eles são muito, muito inferiores, são criaturas, finitas, circunscritas, enquanto que Deus é o Criador, o ilimitado, o infinito, a inteligência suprema, causa primária de tudo o que existe. Ver 'O Livro dos Espíritos' questão 1. ]



"O fluido perispiritual não é o pensamento do Espírito, mas o agente e o intermediário desse pensamento. Como é o fluido que o transmite, dele está, de certo modo, impregnado; e na impossibilidade em que nos achamos de isolar o pensamento, ele não parece fazer senão um com o fluido, assim como o som parece ser um com o ar, de sorte que podemos, a bem dizer, materializá-lo. Do mesmo modo que dizemos que o ar se torna sonoro, poderíamos, tomando o efeito pela causa, dizer que o fluido torna-se inteligente. "

[Kardec não diz que esse fluido é inteligente, ele o coloca como um veículo. Pensando desse modo, o fluido cósmico por estar empregando do Pensamento de Deus, eles (o fluido e o pensamento de Deus) se confundem, nós não podemos separá-los. Então, esse fluido discerne, tem vontade, vê, sente, ouve, ... 
Kardec não diz que o fluido é inteligente, diz que podemos imaginá-lo um veículo da Inteligência de Deus. Sendo assim, cada partícula subatômica do nosso corpo não escapa à Vontade, a Percepção e a Ação de Deus. Desse modo, cada átomo do fluido cósmico exerce uma influência sobre cada átomo do nosso corpo, e essa mesma influência existe em todo Universo, em todos os mundos, em todas as galáxias.]


"Seja ou não seja assim o pensamento de Deus, isto é, quer ele aja diretamente ou por intermédio de um fluido, para facilitar a nossa compreensão vamos representar este pensamento sob a forma concreta de um fluido inteligente, enchendo o Universo infinito, penetrando todas as partes da Criação: a Natureza inteira está mergulhada no fluido divino; tudo está submetido à sua ação inteligente, à sua previdência, à sua solicitude; nenhum ser, por mais ínfimo que seja, que dele não esteja, de certo modo, saturado."



[Com esse pensamento, precisamos refletir que Deus deixa de ser o homem velho e barbudo para ser um Pensamento e um Amor que circula em tudo e em todos em forma de fluido (energia). Este fluido, transmiti o Amor e a Sabedoria de Deus, ele fica impregnado deste Pensamento. Todos nós e tudo o que existe está mergulhado no fluido Divino. Nenhum ser está fora, ninguém nem nada está esquecido. Todo Amor, Previdência, Solicitude, Visão, Providência, está acompanhando cada ínfimo movimento de nosso organismo e de todo o Universo. 
Deus com a doutrina espírita deixa de ser o homem velho e barbudo por ser uma energia, um amor que circula num fluido. Ele não têm forma, não tem limite, e toda a Natureza está mergulhada  nesse Amor, e como fluido transmite o pensamento e o Amor de Deus, esse fluido é inteligente e amoroso, pois fica impregnado da Inteligência e do Amor de Deus.Estamos mergulhados neste fluido, não há nada fora, a Criação está dentro.Todo o Amor de Deus, toda a Sabedoria de Deus,... está presente, também em cada átomo do nosso corpo, em cada ínfimo recanto do Universo ou dos Multiversos infinitos, Deus está presente.]
Kardec continua no texto:

 "Assim, estamos constantemente em presença da Divindade. Não há uma só de nossas ações que possamos subtrair ao seu olhar; nosso pensamento está em contato com o seu pensamento e é com razão que se diz que Deus lê nos mais profundos recônditos do nosso coração; estamos nele como ele está em nós, segundo a palavra do Cristo. Para entender sua solicitude sobre as menores criaturas, ele não tem necessidade de mergulhar seu olhar do alto da imensidade, nem deixar sua morada de glória, pois essa morada está em toda parte. Para serem ouvidas por ele, nossas preces não precisam transpor o espaço, nem serem ditas com voz retumbante, porque, incessantemente penetrados por ele, nossos pensamentos nele repercutem."

"A imagem de um fluido inteligente universal evidentemente não passa de uma comparação, mais própria a dar uma ideia mais justa de Deus que os quadros que o representam sob a figura de um velho de longas barbas, envolto num manto. Não podemos tomar nossos pontos de comparação senão nas coisas que conhecemos; é por isto que dizemos diariamente: o olho de Deus, a mão de Deus, a voz de Deus, o sopro de Deus, a face de Deus. Na infância da Humanidade o homem toma estas comparações ao pé da letra; mais tarde seu espírito, mais apto a apreender as abstrações, espiritualiza as idéias materiais. A de um fluido universal inteligente, penetrando tudo, como seria o fluido luminoso, o fluido calórico, o fluido elétrico ou quaisquer outros, se fossem inteligentes, tem o objetivo de fazer compreender a possibilidade, para Deus, de estar em toda parte, de ocupar-se de tudo, de velar pelo pé de erva como pelos mundos. Entre ele e nós a distância foi suprimida; compreendemos sua presença, e este pensamento, quando a ele nos dirigimos, aumenta a nossa confiança, porque não podemos dizer mais que Deus esteja muito longe e seja muito grande para se ocupar de nós. Mas este pensamento, tão consolador para o humilde, para o homem de bem, é terrível para o mau e para o orgulhoso endurecidos, que a ele esperavam subtrair-se em favor da distância, e que, doravante, sentir-se-ão sob o domínio de seu poder."


[Esta comparação que Kardec faz está centrada no que nós, seres finitos, somos capazes de imaginar, porém, precisamos saber que Deus é muito superior a isso.
Na história da humanidade, primeiramente foram divinizados os elementos da natureza, logo após, surgiu  a concepção de Deus único, o homem busca, então, uma forma para Deus, e o coloca comparando-o a si mesmo. Kardec espiritualiza este conceito, já temos condições de compreender Deus além de nós mesmos.]

"Para o princípio da soberana inteligência, nada impede admitir um centro de ação, um foco principal irradiando sem cessar, inundando o Universo com os seus eflúvios, como o Sol com a sua luz. Mas onde está esse foco? É provável que não esteja mais fixado num ponto determinado do que a sua ação. Se simples Espíritos têm o dom da ubiquidade, em Deus esta faculdade não deve ter limites. Enchendo Deus o Universo, poder-se-ia admitir, a título de hipótese, que esse foco não necessita transportar-se, e que se forme em todos os pontos onde sua soberana vontade julgue conveniente produzir-se, donde se poderia dizer que está em toda parte e em parte alguma."

[Deus é o centro do Universo, não está no centro, está em tudo, irradia onde quiser.]

"Diante desses problemas insondáveis, nossa razão deve humilhar-se. Deus existe: é indubitável; é infinitamente justo e bom: é sua essência; sua solicitude se estende a tudo: nós o compreendemos agora; incessantemente em contato com ele, podemos orar a ele com a certeza de sermos ouvido; ele não pode querer senão o nosso bem, razão por que devemos confiar nele. Eis o essencial; para o resto, esperemos que sejamos dignos de o compreender."



[Este texto abre um a nova perspectiva sobre Deus, e a implicação disto é que deixamos de imaginar que Deus está perto ou longe, nós estamos nEle e Ele esta em nós.
Não temos como fugir de Deus ou nos esconder Dele.
Essa visão de Deus é uma hipótese, uma comparação, Kardec é humilde, ele não afirma que é desse modo. Mas nós mostra que essa forma de pensar é muito melhor fundamentada que a imagem que tínhamos de Deus anteriormente. Somos seres limitados, ínfimos, pequenos demais para compreendermos Deus, não podemos saber ao certo 'o que é Deus', o que podemos é com o avanço dos conhecimentos humanos e da ciência terrestre aprimorarmos os conceitos antigos. 
Agora, entre Deus é nós não existe distância, Ele está em toda parte.  Nós não temos como compreender Deus, nem como fugir dEle. Mas, quando estamos com ódio, medo ou qualquer sentimento contrário a Sabedoria de Deus, paramos de senti-lo, não obstante, Ele continua agindo e nos buscando. Porém, esse 'afastamento psíquico' de Deus' nos prejudica e nos faz sofrer: "não há infortúnio maior do que perder a fé e continuar vivendo", nos diz Meimei através da psicografia de   Chico Xavier. ]

 Você pode acessar o poema de Meimei, clicando aqui). 
 e ler este texto sem os comentários clicando aqui.
Leia também o outro  texto de Kardec,
lido no vídeo por Haroldo,
 "A Visão de Deus", clicando aqui.



* Os textos que se encontram entre colchetes são baseados na fala de Haroldo Dutra Dias no vídeo 15 e do resumo da aula disponibilizado no Grupo de Estudo de Gênesis no Face Book. Já a parte em que está com a cor de fundo verde claro se refere ao texto de Kardec da Revista Espírita. Qualquer erro gramatical, morfossintático, ortográfico,  textual etc. é de responsabilidade exclusiva da administração do blog.



sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Vídeo 15

Olá pessoal, estou no estudo, nas pesquisas e no comentário do vídeo 15, ainnnnda...postarei agora com mais frequência... pelos menos é o que espero.  Pois, agora estou com mais tempo e tranquilidade, ...aposentada por invalidez... e escrever e estudar é o que mais me distrai e me deixa bem... que bom... tempo, tempo, tempo, tempo...
paz, paz, paz, paz....


Não percas a tua fé

Não percas a tua fé entre as sombras do mundo.

Ainda que os teus pés estejam sangrando, segue para frente, erguendo-te por luz celeste acima de ti mesmo.

Crê e trabalha.

Esforça-te no bem e espera com paciência.

Tudo passa e tudo se renova na Terra, mas o que vem do Céu permanecerá.

De todos os infelizes, os mais desditosos são os que perderam a confiança em Deus e em si mesmos, porque o maior infortúnio é sofrer a privação da fé e prosseguir vivendo.

Eleva, pois, o teu olhar e caminha.

Luta e serve. Aprende e adianta-te.

Brilha a alvorada além da morte.

Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te atormente o ideal, aguilhoando-te com a aflição ou ameaçando-te com a morte.

Não te esqueças, porém, de que amanhã será outro dia....

Autora: Meimei
Psicografia de Chico Xavier.
Meimei