Numa visão Espírita

Textos baseados no Estudo do livro Gênesis de Moisés transmitido no portal SER com Haroldo Dutra Dias. Com a utilização dos resumos postados no Grupo de Estudos de Gênesis no Facebook. Qualquer erro gramatical, textual, morfossintático, ortográfico, etc é de responsabilidade exclusiva da administração do Blog.




terça-feira, 16 de junho de 2015

Religiões da Mesopotânea

A Religião Suméria
 A religião suméria, era politeísta e antropomórfica. Não conseguiam desenvolver uma religião de alta espiritualidade, mas ela  ocupava um lugar importante na vida nacional.  Acreditavam em vários deuses e deusas, cada qual com personalidade distinta e atributos humanos. Para citar alguns: Shamash, o deus do sol; Enlil, o senhor da chuva e dos ventos; Istar, a deusa procriadora da natureza. Todas essas numerosas divindades eram tidas como capazes tanto do bem como do mal.
A religião sumeriana acreditava apenas neste mundo, e não oferecia qualquer esperança em vida após a morte, eterna e feliz. A outra vida de que tratavam era uma existência meramente temporária, num lugar desolado e sombrio que depois passou a ser chamado de Xeol. As almas dos mortos lá permaneciam por algum tempo, talvez durante uma geração ou coisa parecida, e depois desapareciam. Ninguém podia aspirar à ressurreição num outro mundo e a uma existência eterna e feliz como compensação aos males dessa vida; a vitória da tumba era completa. Por causa dessa crença, os sumerianos não dispensavam qualquer cuidado aos corpos dos mortos. Os cadáveres eram enterrados comumente, sob o piso da casa, sem caixão e com uma quantidade pequena de artigos para o uso da alma. Não construíam túmulos complicados ou qualquer técnica de mumificação. Era mínimo o conteúdo espiritual da religião suméria. Os deuses não eram seres superiores, mas "criaturas vazadas nos moldes humanos, com a maioria das fraquezas e paixões dos mortais." A religião também não tinha objetivos espirituais. Não ministrava bençãos sob a forma de consolação, elevação da alma ou união com Deus. Se chegava a beneficiar o homem, faziam em troca de favores materiais, como: colheitas abundantes e prosperidade nos negócios. A religião, contudo tinha um conteúdo ético. Todas as principais deidades do panteão sumério eram exaltadas em hinos como amantes da verdade, da retidão e da justiça. Da deusa Nanshe, por exemplo, dizia-se que se dedicava a "confortar o órfão, fazer desaparecer a viúva, preparar um lugar de destruição aos poderosos". Entretanto, essas mesmas divindades que personificavam esses nobres ideais criavam males como a falsidade e a querela e dotavam todo ser humano de uma natureza pecaminosa. Segundo uma máxima suméria, "Nunca nasceu de sua mãe uma criança sem pecado". 

A Religião Babilônica 
Os antigos babilônicos introduziram apenas mudanças superficiais na religião dos sumérios. Divindades antes veneradas pelos sumerianos foram esquecidas e outras erigidas em substituição. Importou-se também um novo deus, Marduc, para encabeçar o panteão mesopotâmico. No entanto ele e outras novas divindades não continham qualquer  significado espiritual, não prometendo a ressurreição dos mortos ou a imortalidade da alma. Os antigos babilônicos não eram mais espiritualizados que os sumerianos. As religiões de ambos os povos eram fundamentalmente materialistas. 
A literatura partia de lendas e mitos já em evolução na cultura suméria, os babilônios contribuíram para a literatura com um dos maiores épicos de todos os tempos, o Gilgamesh. Esse longo poema, comparável em modelo e força à Ilíada a à Odisseia, é uma compilação das histórias narradas durante várias gerações. Seu herói, Gilgamesh, é um rei mesopotâmio que passa por muitas aventuras. Em uma delas, procura o segredo da imortalidade com um velho e sua mulher, salvos quando os deuses resolveram destruir o mundo através de uma inundação. Muitos dos elementos da história são semelhantes à de Noé, contida no Velho Testamento, inclusive o fato de o casal ter-se salvo construindo uma arca. Mas a mensagem é um tanto diferente, pois o herói babilônico aprende apenas resignação com o idoso casal: os deuses hão de preservar aqueles que bem desejarem e não há nada que a humanidade possa fazer para compreender as decisões divinas. Com os anciãos Gilgamesh fica sabendo da existência de uma planta que pelo menos lhes restituirá os anos de juventude, mas depois de conquistá-la, com grande esforço, deixa-a desprotegida enquanto dorme e uma serpente a come. Segundo o épico, é por isso que as serpentes ganham vida nova a cada ano, quando trocam de pele. Mas o herói humano é forçado por fim a admitir que ele próprio jamais poderá transcender a idade e a morte. Como o épico afirma, num resignado sumário, "quando os deuses criaram os homens, fizeram com que a morte fosse o seu quinhão: quanto a vida, mantiveram-na em suas próprias mãos".

Religião dos Assírios
Nas pesquisas que fiz não encontrei referencia a religião dos assírios, talvez por se tratar de um povo guerreiro. 

Religião dos Caldeus
A civilização babilônica entrou em seu estágio final com a destruição da Assíria e o estabelecimento da supremacia caldaica. Essa fase é comumente chamada neobabilônico, por que Nabucodonosor e seus seguidores restauraram a capital em Babilônia e tentaram reviver a cultura da época de Hamurábi. Essa tentativa não foi bem sucedida, as assírios haviam colocados nessa cultura traços profundos e indeléveis e os caldeus tinham sua própria história que não podiam fugir. E foi na religião que ficou mais nítido o fracasso da renascença caldaica. Apesar da restauração de Marduc em seu ponto tradicional no alto do panteão, o sistema de crenças era pouco mais que superficialmente babilônico. O que os caldeus realmente fizeram foi desenvolver uma religião astral.  Os deuses foram despidos de seus atributos humanos e exaltados como seres transcendentais e onipotentes. Chegaram a ser identificados com os próprios planetas. Embora não fosse ainda de todo alheios ao homem, o certo é que perderam o caráter de seres que podiam ser lisonjeados e coagidos pela magia. Regiam o universo quase mecanicamente. Embora suas intenções imediatas fossem algumas vezes discerníveis, seus fins últimos eram inescrutáveis.
Dois resultados derivavam dessas concepções. O primeiro foi uma atitude de fatalismo ainda maior que o anterior.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

A Religião no Egito Antigo

Para compreender a religião dos Hebreus é importante analisarmos as cultura que os cercavam e as expressões religiosas da Antiguidade. Por isso resolvi começar com o Egito. 
O Antigo Egito é normalmente dividido em três períodos: Antigo Reino (3100 - 2200 a.C.), Médio Reino (2050 - 1786 a.C.) e Império (1575 - 1087 a. C.). 
A religião egípcia passou por várias etapas: de um simples politeísmo a mais antiga expressão do monoteísmo conhecida, retornando depois ao politeísmo.  

No Egito
Antigo Reino
A religião egípcia desempenhava um papel predominante na vida dos  antigos egípcios, e deixou  marcas em quase tudo. A arte era uma expressão do simbolismo religioso. A literatura e a filosofia estavam cheias  de ensinamentos religiosos. 

O governo do Antigo Reino era, em grande parte, uma teocracia e mesmo os faraós militares do Império  diziam governar em nome dos deuses. 
A construção de grandes tumbas e a manutenção dos sacerdotes levavam a gastos imensos por parte do governo. 
No começo cada cidade ou  distrito parece ter possuído suas divindades locais, e eram deuses tutelares da localidade ou personificação de forças da natureza. A unificação do país no Antigo Reino acarretou não somente uma consolidação do território como também uma fusão de divindades. Todos os deuses que protegiam o Egito foram unificados no grande deus solar Rá. 


Médio Reino
No Médio Reino, com a ascensão  das dinastias tebanas ao controle do governo, essa divindade passou a ser chamada geralmente de Ámon ou Ámon-Rá, nome  do deus principal de Tebas. As divindades que personificavam as forças produtivas da natureza foram fundidas numa única, chamada Osíris, que era também o deus do Nilo. 
Durante toda a História do Egito, essas duas grandes forças que governavam o universo, Rá e Osíris, foi o sistema dominante de crença. Seria como a religião oficial, cuja função principal era dar imortalidade ao estado e ao povo, coletivamente. O faraó era o representante vivo da fé na terra; através da sua lei, mantinha-se a lei de Deus. Entretanto, Rá não era tão somente um deus protetor; era também o deus da retidão, da justiça e da verdade, assim como o mantenedor da ordem moral do universo. Não proporcionava benefícios espirituais ou mesmo recompensas materiais as pessoas, como indivíduos. A religião solar não era uma religião para as massas, exceto no momento em que o bem-estar das massas coincidia com o bem-estar do estado. 
O culto a Osíris começou como uma religião da natureza. O deus personificava o crescimento da vegetação e as forças viventes do Nilo. A figura de Osíris estava envolta em complicada lenda. 


Lenda de OSÍRIS
Osíris e Ísis

No passado remoto, segundo se acreditava, Osíris  foi um guia benevolente, que ensinava a seu povo a agricultura e outras artes  práticas  e lhes ditava leis. Depois de algum tempo foi traiçoeiramente morto por seu  irmão, Set, e seu corpo feito em pedaços. 
Ísis, sua esposa, que também era sua irmã, saiu em busca dos pedaços, conseguiu junta-los, e milagrosamente restituiu-lhe a vida. 
O deus ressuscitado recuperou seu reino e continuou o seu governo beneficente por algum tempo, mas depois desceu aos infernos para servir como juiz dos mortos. 
Hórus, filho de Osíris que nasceu após a sua morte, ao se tornar homem, maduro,  vingou a morte do pai, matando Set. 
A princípio essa lenda parece ter sido pouco mais que um mito da natureza. 
A morte e a ressurreição de Osíris simbolizavam a retirada das águas do Nilo no outono e a volta da inundação na primavera. 
Com o passar do tempo a lenda de Osíris começou a assumir um significado mais profundo. As qualidades humanas das divindades nelas contidas, como a forma  paternal e amorosa  de Osíris tratar os súditos, e a fiel devoção da sua esposa e do seu filho, tocavam a sensibilidade dos egípcios no  Médio Reino, que através da lenda viam suas próprias tribulações e triunfos refletidos na vida dos deuses. Como também, a morte e a promessa de ressurreição de Osíris passaram a ser vistas como expressão de uma promessa de imortalidade pessoal. Assim como o deus triunfou sobre a morte e a sepultura, também o indivíduo que seguisse fielmente poderia herdar a vida imortal. Finalmente, a vitória de Hórus sobre Set parecia mostrar o triunfo final do bem sobre o mal. As ideias dos egípcios sobre a vida após a morte atingiram desenvolvimento completo no período final do Médio Reino. 
Era preciso preparativos complicados para evitar a extinção dos restos mortais de uma pessoa. Não só os corpos eram mumificados como os homens ricos deixavam grandes doações aos sacerdotes para que esses se encarregassem de fornecer alimento e outras coisas essenciais às suas múmias. Com o amadurecimento da religião, entretanto, foi adotada uma concepção menos ingênua da vida após a morte. Acreditava-se então que os mortos deveriam comparecer perante Osíris, para serem julgados de acordo com suas ações na terra. 


"Todos os mortos que passem pelas provas desse sistema de julgamento  entravam num reino celestial de gozos físicos e prazeres simples. Ali, em alagadiços cheios de lótus e nenúfares, caçariam ganços selvagens e codornizes  com inesgotável sucesso. Ou então poderiam construir casas no meio de pomares com frutos deliciosos, de safras sempre abundantes. Encontrariam lagos repletos de lírios nos quais poderiam navegar, lagoas de águas brilhantes onde se banhariam e florestas habitadas por pássaros  canoros e por toda sorte de criaturas gentis. Os infelizes cujos corações revelassem vidas viciosas eram inteiramente aniquilados."
Burns, Edward McNall. História da Civilização Ocidental
 A religião egípcia atingiu sua mais completa perfeição perto do fim do Médio Império. Nesse tempo, o culto solar e o de Osíris tinham se fundido. A Rá, cuja função era a de deus dos vivos, defensor do bem desse mundo, conferia-se quase a mesma importância atribuída às funções de Osíris. Dispensador da imortalidade e juiz dos mortos. O caráter ético da religião nessa época era bem nítido. As pessoas manifestavam seu desejo de praticar a justiça, por ser essa conduta do agrado do grande deus-sol. 
Durante o período da XII Dinastia houve grandes progressos no sentido da justiça social e muito desenvolvimento intelectual. As obras públicas passaram a beneficiar a toda a população, por isso a construção de piramides foram substituídas por obras com utilidade pública. Deu-se também uma democratização, o que estendeu às pessoas  comuns  uma esperança de salvação que até então não lhe era concedida. A religião passou então a dar relevo a uma correta conduta moral, deixando de ser um ritual dependente da riqueza. 

Invasões Estrangeiras

Com a invasão de estrangeiros e especialmente dos hicsos , o Egito entrou num período intermediário, de caos interno que durou mais de dois séculos, de 1786 a 1575 a.C., nesse período grande parte do progresso social adquirido na XII Dinastia caiu por terra. O governo dos Hicsos influenciou a história egípcia de forma profunda, familiarizaram os egípcios com novas métodos de guerra e submeteram o povo a vergonha de uma tirania estrangeira, fez com que os egípcios se unissem numa causa comum. Assim, os egípcios se uniram e próximo ao fim do século XVII a.C. os governantes do norte promoveram uma revolta contra os hicsos, que contou com a colaboração dos povos do sul. 

Império

Desse modo, surgiu o Império,  com a XVIII Dinastia de Amósis. Logo após o estabelecimento do Império, a religião sofreu uma grave adulteração. Seu significado ético foi largamente desvirtuado e a superstição e a magia ganharam ascendência. A causa principal disso parece ter sido o fato da longa guerra para expulsão dos hicsos ter fomentado o desenvolvimento de atitudes irracionais, com uma correspondente desvalorização do intelecto. O resultado foi um notável aumento do poder dos sacerdotes, que exploravam o terror das massas em proveito próprio. Inauguraram a prática de venda de feitiços mágicos, que tinham supostamente o poder de evitar que o coração dos mortos lhes denunciasse o verdadeiro caráter. Vendiam também fórmulas que, inscritas em rolos de papiro e colocadas nas tumbas, facilitariam a entrada do morto no reino dos céus. O conjunto de fórmulas constituía o chamado do Livro dos Mortos. Esse livro não se tratava de uma Bíblia egípcia, mas de uma mera coleção de inscrições mortuárias. Essa degradação da religião, provocada pelos sacerdotes, que a reduziram a um sistema de práticas mágicas, acabou por levar a uma grande reforma religiosa. 

Monoteísmo 

O chefe desse movimento foi o Faraó Amenotep IV, que começou a governar por volta de  1375 a.C. e morreu ou foi assassinado uns quinze anos mais tarde. Após algumas tentativas  para reprimir os principais abusos que não deram certo, ele resolveu destruir todo o sistema religioso antigos. Expulsou os sacerdotes dos templos, retirou dos monumentos públicos os nomes das divindades tradicionais e lançou o culto de um novo deus, a quem chamou "Áton", antigo nome do sol físico. Mudou seu próprio nome, de Amenotep ("Amon repousa") para Ikhnaton (Áton está satisfeito"). Sua esposa, Nefretiti, tornou-se Nefrenefru-aton, que significa "Bela é a beleza de Áton". Dentro de seu programa de recomeçar tudo, Ikhnaton construiu uma nova capital, El-Amarna, por ele dedicada ao culto da nova divindade. Mais importante do que essas mudanças materiais foi o novo conjunto de doutrinas anunciadas pelo faraó. Antes de mais nada, ele ensinou uma religião de monoteísmo restrito. Áton é o próprio Ikhnaton eram os únicos deuses existentes. Ao contrário dos deuses antecedentes, não possuía nenhuma forma humana ou animal, o deus  devia ser concebido em termo dos raios de sol, vivificantes e aquecedores. Ele era o criador de tudo,  e, portanto deus não apenas do Egito, mas de todo o universo. Ikhnaton se apresentava como herdeiro de Áton , ao lado de quem servia como co-regente; enquanto o faraó e sua esposa adoravam Áton, os demais deveriam adorar  Ikhnaton como uma divindade viva. Fora  essa restrição, Ikhanaton restaurou o caráter ético da religião egípcia, do melhor modo possível, insistindo em ser Áton o autor da ordem moral do mundo e o recompensador da humanidade pela integridade e pureza do coração.  Figurou o novo deus como o sustentáculo de tudo quanto beneficia o homem, como o pai celestial que vigia com atenção benevolente todas as criaturas. "Concepções como essas, de um deus uno, justo e benévolo, só foram atingidas de novo no tempo dos profetas hebreus, cerca de 600 anos mais tarde." 

Volta ao Politeísmo

Apesar do empenho de  Ikhanaton para implantar sua revolução religiosa, ela fracassou. A religião  de Áton ganhou poucos seguidores entre o povo, pois a massa continuou devotada a seus velhos deuses. A nova religião era muito estranha para o povo, que continuava com a sua antiga fé. Além do mais, os faraós que sucederam a Ikhanaton estavam aliados aos sacerdotes de Amon e, por isso, restauraram os velhos hábitos de culto. O sucessor imediato de Ikhanaton mudou seu nome de Tutankhaton para Tutankhamen, abandonou El-amarna pela velha capital, Tebas, e presidiu uma volta a todos os antigos costumes. Suas próprias cerimônias fúnebres  constituíam demostração  de comprometimento com os velhos rituais e com a crença na vida após a morte. A partir daí, a religião egípcia caracterizou-se pela fé crescente no ritualismo e na magia. Os sacerdotes vendiam fórmulas e feitiços que supostamente iludiam os deuses e garantiam a salvação. Assim mesmo o culto de Osíris perdeu a maior parte de sua qualidade moral. 



segunda-feira, 8 de junho de 2015

Fluido Cósmico e a Fidelidade de Deus