Numa visão Espírita

Textos baseados no Estudo do livro Gênesis de Moisés transmitido no portal SER com Haroldo Dutra Dias. Com a utilização dos resumos postados no Grupo de Estudos de Gênesis no Facebook. Qualquer erro gramatical, textual, morfossintático, ortográfico, etc é de responsabilidade exclusiva da administração do Blog.




domingo, 3 de maio de 2015

Fluido - Um novo significado

Na Revista Internacional do Espiritismo, do mês de Setembro de 1996, há um artigo publicado com o  nome "POLISSEMIAS NO ESPIRITISMO", escrito por Aécio Pereira Chagas, em que ele procura mostrar o significado da palavra fluido dentro e fora do espiritismo. 
Ele diz: 
"FLUIDO - Esta palavra é utilizada na Física e no Espiritismo com sentidos bem diferentes. No século XIX, fluido, em Física era empregado para designar materiais capazes de penetrar pelos vazios da matéria e de se ecoar. A eletricidade, o calor, a luz, etc., eram tidos como fluidos, além dos gases e líquidos em geral (ar, água, etc.). Posteriormente estas ideias foram abandonadas pelos físicos, passando o termo fluido a designar somente os gases e os líquidos em geral, e não mais a eletricidade, o calor, a luz, etc. Nessa época, século XIX, Kardec, fazendo uma analogia dos "materiais" mencionados e manuseados pelos espíritos, como a eletricidade (então caracterizada pelo fluido elétrico), denomina-os de fluidos, às vezes adjetivados ou não, como o chamado fluido magnético, para designar o fluido utilizado pelos magnetizadores. Com o abandono do termo pelos físicos para caracterizar a eletricidade, o calor etc. , o termo fluido introduzido por Kardec tornou-se interessante, sem perigo de confusão, pois o significado atualmente utilizado em Física não tem  como ser confundido com o significado utilizado pelo Espiritismo. Parece que Kardec adivinhou..."
RIE, Setembro 1996

O texto mostra que essa palavra se tornou polissêmica, por ter um sentido dentro da doutrina espirita e outro na Física. O termo polissemia, é o nome do fenômeno linguístico  em que uma palavra tem vários significados. Convivemos com esse fato em nossa vida  e muitos mal-entendidos são consequência desta pluralidade de significados. Muitas vezes o sentido da palavra é dado pelo contexto, pelo sentido geral do assunto, da frase dita ou escrita. Outras vezes, quando estas condições não existem  ou não são claras, ficamos ou sem entender ou entendemos aquilo que acreditamos ser, ou que queremos que seja. Kardec na introdução de O Livro dos Espíritos mostra uma grande preocupação com o significado das palavras, quando ele define "alma" na obra, e esclarece as palavras " espiritualismo", "espiritismo", "espírita".  
Então a palavra na física pode estar ligada ao éter, que hoje já sabemos que não é vazio. É alguma coisa. Mas, não sabemos o quê!

No Dicionário de Filosofia Espírita encontramos Fluido, com várias definições. Além de um grande números de expressões relacionadas, como Fluido animal, Fluido Cósmico, Fluido espiritual, fluido Magnético, Fluido perispiritual, fluido universal, fluido vital, dentre outros. Vemos que o tema é bastante complexo. Para nós aqui é importante citar que "o fluido é a substância primária do Universo, designada fluido cósmico universal ou simplesmente fluido cósmico. Primeira manifestação do princípio material do Universo, de onde provem todas as manifestações da forma.

Allan Kardec, no livro A Gênese, capítulo XIV, item II, nos diz: 
" O fluido cósmico universal é, como já foi demonstrado, a matéria elementar primitiva, cuja  modificações e transformações constituem a inumerável  variedade dos corpos da Natureza. (Cap. X.) Como princípio elementar do Universo, ele assume dois estados distintos: o de eterização ou imponderabilidade, que se pode considerar o primitivo estado normal, e o de materialização ou de ponderabilidade, que é de certa maneira, consecutivo àquele. O ponto intermediário é da transformação transformação do fluido em  matéria tangível. Mas, ainda ai, não há transição brusca, porquanto podem considerar-se os nossos fluidos imponderáveis como termo médio entre os dois estados. (Cap VI, nº 10 e seguintes.)
Cada um desses dois estados dá lugar, naturalmente, a fenômenos especiais: ao segundo pertencem os do mundo visível, e ao primeiro as do mundo invisível. Uns os chamados fenômenos materiais, são da alçada da Ciência propriamente dita, ou outros, qualificados de fenômenos espirituais ou psíquicos, porque se ligam de modo especial à existência dos Espíritos, cabem nas atribuições do Espiritismo. Como, porém, a vida espiritual e a vida corporal se acham incessantemente em contato, os fenômenos das duas categorias muitas vezes se produzem simultaneamente. No estado de encarnação, o homem somente pode perceber os fenômenos psíquicos que se prendem à vida corpórea; os do domínio espiritual escapam aos sentidos materiais e só podem ser percebidos no estado de Espírito. (1)
Ele coloca uma nota no final do item que diz:
(1) A denominação de fenômeno psíquico exprime com mais exatidão o pensamento, do que a de fenômeno espiritual, dado que esses fenômenos repousam sobre as propriedades e os atributos da alma, ou, melhor, dos fluidos perispiríticos, inseparáveis da alma. Esta qualificação os liga mais intimamente à ordem dos fatos naturais regidos por leis, pode-se, pois, admiti-los como efeitos psíquicos, sem os admitir a título de milagres.

Estes textos parecem explicar as separação comentadas no primeiro capítulo de Gênesis, e a formação das coisas coisas a partir do fluido cósmico universal, que nos primeiros versículos do  capitulo é chamado de água, e que já existia. 


Esse texto foi escrito pelo administrador do blog. Não tendo sido citado nos estudos de Gênesis, transmitido pelo portal SER. Responsabilidade do blog.

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